(1) Hij is getrouwd met Alzira Alves.
Zij zijn getrouwd in het jaar 1921 te São Gabriel, Rio Grande do Sul, Brasil, hij was toen 25 jaar oud.
Kind(eren):
(2) Hij is getrouwd met Zoraide X Torelly.
Zij zijn getrouwd
(3) Hij is getrouwd met Juracy X Torelly.
Zij zijn getrouwd.
Kind(eren):
(4) Hij is getrouwd met Aida Costa.
Zij zijn getrouwd rond 1960.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação
Rodrigo Maciel Jacobus
Um nobre bufão no reino da grande imprensa
A construção do personagem Barão de Itararé na paródia jornalística do semanário A Manha (1926-1935) Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação (linha de pesquisa Comunicação, representação e práticas culturais) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Comunicação e Informação.
Orientação: Prof.a Dr.a Cassilda Golin Costa (Cida Golin)
TORELLI, Aparício
*jornalista; membro ANL.
Aparício Torelli, também conhecido pelo pseudônimo de barão de Itararé, nasceu em São Leopoldo (RS) em 1895. Sua mãe era uruguaia. Seu pai, brasileiro, combateu a Revolução Federalista, ao lado dos republicanos castilhistas. O conflito, que envolveu o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná de fevereiro de 1893 a agosto de 1895, terminou com a vitória dos partidários do presidente gaúcho, Júlio de Castilhos, que contavam com o apoio do governo federal.
Torelli viveu no Uruguai em uma fazenda de suas tias até 1902, quando voltou a São Leopoldo para estudar no Colégio Nossa Senhora da Conceição. Nessa escola, dirigida por padres jesuítas, produziu o seu primeiro jornal, O Capim Seco, clandestino e escrito inteiramente à mão, no qual satirizava seus professores. Posteriormente estudou medicina em Porto Alegre e durante o curso, em 1916, publicou seu primeiro livro de poemas, Pontas de cigarro, de versos diversos. Em 1919 abandonou a faculdade, já no quarto ano, e passou o período seguinte percorrendo as cidades do interior do Rio Grande do Sul, fazendo conferências de improviso em teatros e cinemas. Empregando os pseudônimos Aporelli e AxL, colaborou na época com sonetos para jornais e revistas, como Kodak, revista modernista, A Máscara e O Maneco, e, ainda no Rio Grande do Sul, fundou o jornal humorístico O Chico.
Em 1925 mudou-se para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde trabalhou como jornalista de O Globo e depois no A Manhã, de Mário Rodrigues. Em maio de 1926 fundou A Manhã jornal humorístico que procurava imitar A Manhã na diagramação da primeira página e que tinha por subtítulo "órgão de ataques... de riso". Sem periodicidade fixa, A Manha era quase que inteiramente escrita por Torelli e seu alvo principal eram os políticos da República Velha, o que o levou a fazer frases como: "O mistério de hoje pode ser o ministério de amanhã".
Durante a campanha da Aliança Liberal em 1929 e 1930, A Manha tornou-se um suplemento do Diário da Noite em apoio ao movimento. Com a vitória da Revolução de 1930, da qual participou, Torelli adotou o pseudônimo de barão de Itararé, em homenagem à batalha de Itararé entre as forças legalistas e os revoltosos, que não chegou a ocorrer.
Transformou A Manha em órgão independente, "que não se vende, apenas se troca por quinhentos réis". O jornal era composto, então, por profecias de fim de ano, página literária, noticiário policial e seção de esportes, sempre tendo os políticos como principais personagens.
Em 1933, à frente da equipe do Jornal do Povo, em que também trabalhava, Torelli anunciou uma série de reportagens sobre a vida de João Cândido, que liderara a Revolta da Chibata, rebelião de marinheiros ocorrida em navios da Armada em novembro de 1910, em protesto contra os castigos corporais e reivindicando melhoria de vencimentos, que terminou reprimida com severidade.
Saíram duas das reportagens previstas, mas, quando da terceira, Torelli foi seqüestrado por oficiais integralistas da Marinha e conduzido para a Barra da Tijuca, onde foi espancado e depois abandonado com a cabeça raspada e em trajes sumários. Suas roupas foram em seguida entregues à redação de O Globo e exibidas. Em conseqüência desse episódio, mandou fixar uma tabuleta na porta da redação do Jornal do Povo: "Entre sem bater."
Em outubro de 1934 foi criado um grupo no Distrito Federal que começou a estudar a formação de uma frente que defendesse um programa nacionalista e antifascista, que mais tarde viria a ser constituída como a Aliança Nacional Libertadora (ANL).
Esse grupo, do qual Torelli fazia parte, era formado ainda por Roberto Sisson, Francisco Mangabeira, Carlos Lacerda, Manuel Venâncio Campos da Paz e Benjamim Soares Cabello.
Mais tarde Herculino Cascardo, Carlos Amoreti Osório, Moésia Rolim, Trifino Correia e outros também aderiram.
As reuniões inicialmente realizavam-se no apartamento de Amoreti Osório, no escritório de Rolim ou na redação de A Manha.
Em março de 1935 a ANL foi lançada publicamente com a participação de membros do Partido Comunista Brasileiro (PCB), então Partido Comunista do Brasil, do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e dos diversos partidos social democráticos estaduais, além de sindicatos de trabalhadores.
Ainda em 1935, Torelli foi membro fundador da Liga de Defesa da Cultura Popular, ligada à ANL. Em julho, a ANL foi fechada pelo governo.
No mês de novembro de 1935, uma parte da ANL sob a liderança do PCB iniciou em Natal, em Recife e no Rio de Janeiro uma insurreição armada, que acabou sufocada em pouco tempo pelas forças governamentais.
Seguiu-se ao levante uma onda de repressão sobre os aliancistas e A Manha deixou de circular em 1936, com a prisão de Torelli, acusado de participação na rebelião.
Após a instauração do Estado Novo (1937-1945) em novembro de 1937, Torelli foi companheiro de cela no presídio da rua Frei Caneca do escritor Graciliano Ramos, que o citou em seu livro Memórias do cárcere.
Na ocasião Torelli declarou a Graciliano que havia adotado inicialmente o título de duque de Itararé, passando depois a barão "como prova de modéstia".
Depois de libertado, foi delegado do Distrito Federal ao I Congresso Brasileiro de Escritores, que se realizou em São Paulo, promovido pela Associação Brasileira de Escritores, de 22 a 27 de janeiro de 1945. O congresso, que reuniu expressivo número de intelectuais de variadas tendências políticas e emitiu uma declaração em favor da democracia e das liberdades públicas, constituiu uma contundente tomada de posição contra o Estado Novo.
Quando do decreto de anistia de 18 de abril de 1945, pelo qual foi beneficiado, Aparício Torelli declarou: "A anistia é um ato pelo qual os governos resolvem perdoar generosamente as injustiças e os crimes que eles mesmos cometeram."
Em agosto de 1945, integrou a comissão provisória da Esquerda Democrática (ED), organização formada por dissidentes da União Democrática Nacional (UDN), partido que surgira agregando diversas tendências políticas de oposição ao Estado Novo, mas que começara a adotar posições mais conservadoras.
Da ED faziam parte, entre outros, Hermes Lima, Herculino Cascardo, Juraci Magalhães, João Mangabeira, Domingos Velasco e José Lins do Rego.
Ainda em 1945 Torelli foi sócio de Arnon de Melo num projeto para relançar A Manha, mas rompeu a sociedade por divergir do apoio de Arnon à candidatura de Eduardo Gomes (UDN) nas eleições presidenciais daquele ano.
Recriou A Manha em 1946 e nessa nova fase o jornal contava entre seus colaboradores com Rubem Braga, José Lins do Rego, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Lacerda, Raul Lima e Pompeu de Sousa.
Torelli elegeu-se vereador pelo Distrito Federal, na legenda do PCB, nas eleições de janeiro de 1947. Com o cancelamento do registro do partido em maio de 1947 e a posterior cassação dos parlamentares comunistas em janeiro de 1948, perdeu o mandato.
Nessa época colaborou no jornal Para Todos, quinzenário de cultura brasileira dirigido por Jorge Amado, e lançou também o Almanaque. A Manha perdurou até 1957, quando Torelli deixou o jornalismo para se dedicar a viagens durante as quais fazia palestras.
Em 1963 visitou a República Popular da China como conferencista. Poucos anos depois, doente, passou a viver em seu apartamento no Rio de Janeiro, de onde raramente saía.
Faleceu nessa mesma cidade em 27 de novembro de 1971.
FONTES: CARVALHO, A. Estadistas; CONG. BRAS. ESCRITORES. I; Encic. Mirador; LEITE, A. História.; MACEDO, R. Efemérides; MELO, L. Subsídios; NABUCO, C. Vida; NÉRI, S. 16; Realidade (1/69); SILVA, H. 1935; SODRÉ, N. História da imprensa; TAVARES, J. Radicalização; Veja (8/12/71).
http://fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/torelli-aparicioBron 1
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