Genealogy cfmeira » Julius von Söhsten (1862-????)

Personal data Julius von Söhsten 

• He was born on January 24, 1862 in Recife, Pernambuco, Brasil.
• A child of Pieter Cornelis von Söhsten and Emily Marques da Costa Soares

Household of Julius von Söhsten

(1) He is married to Maria Clementina de Magalhães.

They got married on July 9, 1881 at Recife, Pernambuco, Brasil, he was 19 years old.

Child(ren):

1. Eugenio Marques von Söhsten  1882-1887
2. Albertina Henrietta von Söhsten  1883-1963 
3. Clarissa Julia Vobraada von Söhsten  1884-???? 
4. Carlos Diederick von Söhsten  1885-1916 

(2) He is married to Maria Marcina de Barros e Silva.

They got married on June 20, 1891 at Recife, Pernambuco, Brasil, he was 29 years old.

Child(ren):

1. Gustavus Adrianus Thierry von Söhsten  1892-1971 
2. Julia Henrietta von Söhsten  1893-1968
3. Judith Adèle von Söhsten  1896-???? 
4. Marcina Maria von Söhsten  1898-????
5. Frederick von Söhsten  1900-1965 
6. Walter Geoffry von Söhsten  1914- 

Notes about Julius von Söhsten

JULIUS Von SÖHSTEN Fez os seus primeiros estudos em Pernambuco sob a supervisão de Mr. Charles Steuber, professor alemão radicado no Recife, e posteriormente com os Revdos. Francis Roughtons na rua Formosa e Richard Addisson, e finalmente no Colégio Santa Genoveva, na rua do Hospício, de direção e propriedade de Antonio Marques d'Amorim, ao qual refere-se como um administrador capaz, interessado na formação dos seus alunos, e um profundo conhecedor das línguas inglesa, francesa, italiana, espanhola e latina. Concluido os estudos básicos demonstra pendores para a atividade comercial, empregando-se como ajudante provisório na firma "Shaw Harokes & Co" estabelecida com negócios de materiais pesados, ferragens por atacado. Seu segundo emprego como moço de escritório foi na casa comercial "Saunders Bros & Co", sucessora de "Mc Calmont & Co". A firma "Saunders Bros & Co" era constituida pelos sócios Philip Frith Needham e James Campbell Fraser, únicos responsaveis por "Saunders Needham & Co", estabelecida em Liverpool, e sucessora de "Charles Saunders & Co". A casa comercial "Saunders Bros & Co" tinha como principal negócio a importação de bacalhau e a exportação de açucar, algodão e outros artigos produzidos no nordeste do Brasil, além de atividades como agente das companhias de navegação "Lamport & Holt", "Brazil & River Plate Steam Navigation Co", Lloyd's London", "The Liverpool, London & Globe Insurance Co", e várias companhias de seguros sediadas na Alemanha, Áustria e Itália. Esta firma foi sucedida por “Blackburn, Needham & Co” tendo como gerente Julius Von Söhsten, mantendo entretanto a razão social após o afastamento do sócio P.F. Needham, entrando no seu lugar o novo sócio, Julius Von Söhsten com 40% do capital declarado de L. 5.708 18s e 11p, e o sócio William Blackburn com os restantes 60%. Nova alteração sofreu a firma em 1893 transformando-se em "Blackburn & Co", quando o capital declarado passou a 196:279$070 (cento noventa e seis contos duzentos setenta e nove mil e setenta réis) mantendo as mesmas percentagens nos lucros da sociedade. Nova modificação sofreu o contrato quando entrou para a sociedade, o filho de William Blackburn, Charles Blackburn no lugar do pai, cujas cotas ficaram estabelecidas na razão de 100:000$000 (cem contos de réis), e 25:000$000 (vinte e cinco contos de réis) respectivamente para os sócios Julius Von Söhsten e Charles Blackburn, com divisão dos lucros na proporção de 57,5 e 42,5 para cada um. Em junho de l900 por proposta do sócio Charles Blackburn, Julius Von Söhsten assume exclusivamente a responsabilidade dos negócios como único titular da firma, cujo outro sócio, após indenizado, retorna à Liverpool, tomando então a nova firma a razão social "Julius Von Söhsten & Cia", admitindo como sócios, Gustavus Adrianus Thierry Von Söhsten, seu filho, e John Gatis. Esta firma negociava como exportadora de açucar, algodão, semente de algodão e outros produtos brasileiros do nordeste, além de representar agências de vapores das seguintes companhias de navegação: "Lamport & Holt", "Thos & James Harrisson", "The Booth Steamship Co Ltd", "Konenklyke Hollandsch Lloyd", "Lloyd del Pacifico", "La Veloce" e "Italia", mantendo casas filiais nas capitais dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas. Em Natal, RN, organizou uma firma textil, "Industrias Reunidas Norte Rio Grandense", depois "Industrias Reunidas Julius Von Söhsten", e em Maceió inaugurou uma casa bancária sob a razão social "Julius Von Söhstes & Cia" com capital de 100:000$000 (cem contos de réis) em sociedade com Charles Blackburn, dividido em partes iguais, e gerenciada por Francisco Amorim Leão, substituido pouco depois por motivo de doença deste, por Leonard Von Söhsten [411]. Em 27.10.1920 inaugura no Rio de Janeiro, uma outra filial em sociedade com Arthur Botelho Junqueira, de vida efêmera. Em 25.11.1896 é convidado para responder pela direção do Consulado Holandês, recusando inicialmente a deferência, mas por instâncias do Consul Geral no Rio de Janeiro, aceita a oferta, sendo nomeado oficialmente pelo Dec. nº 75 de 07.05.1900, cargo que renuncia em 11,04.1936 quando é designado Consul Honorário. Em 08.04.1925 é distinguido por S.M a Rainha da Holanda, Cavaleiro da Ordem de Orange e Nassau, conforme Dec. Imperial nº 58, em razão dos importantes serviços prestados à corôa daquele país. Julius Von Söhsten casou duas vezes, a primeira em 09.07.1881 na Capela do Ginásio Provincial após dispensa do impedimento por disparidade de cultos, por despacho do Vigário Capitular, datado de 01.07.1881, na presença do Vig. Zeferino Ferreira Velloso, e das testemunhas Sabino José de Almeida e Gerald Elisbert Von Söhsten (Lv.01,fl.27v Matriz N.S das Graças)
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Em 10.05.1928 Julius Von Söhsten, estabelecido com comércio de comissões, consignações, e conta própria, à Av.Rio Branco nº 126 nesta cidade do Recife, e à rua do Comércio, nº 158 Natal, RN, requer ao Juizo de Direito da 3ª Vara da Comarca do Recife, a decretação da sua falência, declarando em petição, "reconhecendo-se em condições de lhe não ser possivel vencer as dificuldades financeiras com que de longo tempo vem a lutar, e que ressaltam do balanço anexo, onde se verifica um passivo muito acima das forças do ativo e do valor dos bens particulares do suplicante, constante da relação que apresenta e como, no Estado do Rio Grande do Norte, tenha sido levado a protesto uma promissoria de sua responsabilidade, requer a V.S que preenchidas as formalidades legais se digne decretar a sua falencia. Neses termos juntando, entre outros, os documentos a que se refere o Art.8 da Lei 2.024 e pedindo para que se distribua a presente ao escrivão Dr. Ferraz. Recife 10.05.1928". O Juiz da competente Vara nomeou como síndicos: The Bank of London & South America Ltd, o Banco Agrícola e Comercial de Pernambuco, e a firma Mendes Lima & Cia. que apresentaram o seguinte inventário de balanço:

Ativo hipotecado .......................... 2.434:641$550
Ativo livre ............................... 727:224$380
Ativo global .............................. 3.161:865$930

Passivo hipotecado ........................ 7.202:526$460
Passivo livre ............................. 4.426:431$430
Passivo total .............................11.628:957$890

Ressaltando: Os casos que motivaram a presente falencia: "quem fizer um estudo na escrita do comerciante falido Julius Von Söhsten, deduzirá incontinente que a sua falência é uma falência que tem todos os caracteristicos de casualidade. A oscilação dos mercados depois da guerra européia, as oscilações cambiais, o salvamento do Uberaba, e a multiplicidade de casas, tudo isto culminou pela grande imobilização de capital que o falido fizera em tempos prosperos fez com que lhe falisse, apesar da tenacidade com que lutou para não dar qualquer prejuizo a seus credores. As causas da falência são por demais conhecidas para que se faça mister um copioso relatorio". O Balanço Geral da firma Julius Von Söhsten & Cia. procedido em 30.04.1928 apresentou um saldo negativo na conta Lucros & Perdas no valor de 3.010:705$800. Dentre os credores privilegiados por hipotecas figuram o Bank of London & South America Ltd. creditado em 3.764:324$300, o Banco Agrícola Comercial de Pernambuco em 1.972:605$390 a firma "S.A White Martins", com um crédito de 335:521$300 (contestado posteriormente), e como credor preferencial por caução, a firma "Mendes Lima & Cia". Ainda, como credores privilegiados sôbre toda a massa falida: a Fazenda do Estado do Rio Grande do Norte com um crédito no valor de 7:262$000 e “Deloitte, Plender, Griffiths & Co” com crédito de 5:000$000, além de credores quirografários em número de 19, perfazendo um crédito no valor de 3.866:351$850, e mais outros credores cujas declarações não foram tomadas em conhecimento, num total de 349:126$840. O London and Brasilian Bank Ltd., antes Bank of London & South America Ltd, e o Banco do Recife, antes Banco Agrícola e Comercial de Pernambuco credenciaram-se como credores, provenientes de empréstimos e adiantamentos respectivamente de 2.700:000$000 e de 1.680:000$000, e para garantia desta operação, a firma "Julius Von Söhsten & Cia", e particularmente o cidadão Julius Von Söhsten, e sua mulher, Maria Marcina de Barros e Silva Von Söhsten alienaram parte dos seus patrimônios, bens que posteriormente foram todos cedidos para cobrir os débitos contraídos pela firma falida, antes hipotecados àqueles bancos, e cuja relação é a seguinte:

01) prédio nº 139 à rua João Ramos;
02) prédio nº 171 à rua João Ramos;
03) prédio nº 187 à rua João Ramos;
04) prédio nº 207 à rua João Ramos;
05) prédio nº 231 à rua João Ramos;
06) prédio nº 178 à rua Bruno Maia;
07) prédio nº 960 à Av. Ruy Barbosa;
08) armazem sito em Santo Amaro;
09) terreno de marinha nº 1.633 (antigo 197) à rua da Aurora com 20.556,77 m2, com um armazém nele edificado;
10) terreno constando dos lotes nº CXV e CXVII no caes do Porto, freguesia do Recife, à rua Alfredo Lisboa, com 421,04 m2;
11) prédio nº 703 à rua Barão de Triunfo (hipotecado à S.A White Martins);
12) prédio s/n à rua do Futuro, livre e desembaraçado;
13) terreno de marinha nº 370 à rua Barão de Triunfo com 5.784,96 m2, livre e desembaraçado;
14) terreno de marinha nº 389 à rua Barão de Triunfo, com 1.463,00 m2, livre e desembaraçado;
15) terreno de marinha nº 388 à rua Barão de Triunfo, com 1.236,82 m2, hipotecado à S.A White Martins;
16) 01 título de posse de um terreno com 10.000 m2 no planalto de Goyaz, livre e desembaraçado;
17) 100 ações do Banco do Povo no valor nominal de 50$000, chamados 60%, livres e desembaraçados;
18) 3.620 ações ao portador da S.A Indústrias Reunidas Norte Rio Grandense, valor nominal de 200$000, entregues aos srs. Mendes, Lima & Cia, em garantia de uma nota promissória do valor de 732:900$00019);
19) 2.400 ações ao portador da S.A Indústrias Reunidas Norte Rio Grandense, valor nominal de 200$000, livres e desembaraçadas;
20) 25 ações da Caixa Registradora no valor de 500$000, livres e desembaraçadas;
21) 650 ações ao portador da Cia. de Pesca Norte do Brasil, entregues aos srs. Mendes, Lima & Cia. para reforço da garantia da nota promissória de 723:900$000;
22) 50 ações ao portador da Cia. Pesca do Norte do Brasil, depositadas no Banco Agrícola e Comercial de Pernambuco, de acôrdo com os estatutos da Cia. de Pesca, a título de caução de Diretor Gerente;
23) 11 títulos do Empréstimo Italiano de 5% no valor de 100.000 liras, entregues aos Bank of London South America Ltd, e Banco Agrícola e Comércio de Pernambuco em garantia de débito;
24) 100 ações de S.A Hoteis de Pernambuco, capital subscrito de 2:000$000, sendo 40% pagos;
25) 1 lancha a motor "Cecy", livre e desembaraçada;
26) 700 sacos vasios usados;
27) propriedade Maroim, freguesia de Maranguape, município de Olinda, PE, limitada ao norte pela propriedade São José, ao sul com terras da Cia. de Tecidos Paulista, ao nascente com a propriedade de Madalena Furtado com as terras que foram dos Mottas e com outras diversas, e ao poente com o rio Maria Farinha;
28) armazem à rua Cel.João José Vianna, na Vila de Cabedêlo, PB, com prensa hidráulica movida à motor Diesel para descaroçar algodão;
29) casa nº 12 à rua Junqueira Ayres, Natal, RN;
30) casa nº 47 à rua Sachet, antiga José Bonifácio, Natal, RN; 31) armazem nº 28 à rua do Comércio, bairro da Ribeira, Natal, RN;
32) armazem nº 46 à rua do Comércio, Natal, RN;
33) armazem nº 101 à rua do Comércio, Natal, RN;
34) armazem nº 103 à rua do Comércio, Natal, RN;
35) terreno de marinha com uma casa térrea na Barreira do Rosário, Natal, RN;
36) propriedade denominada Timbó, sita no município de Ceará-Mirim, RN, com casa térrea, limitada ao nascente pela propriedade Guaramiranga, ao poente com o engenho Timbó, ao norte pelo rio Dodt e ao sul com o alagadiço Rapoza.

Em 13.07.1928 Julius Von Söhsten como representante da firma do Recife e de Natal apresenta uma proposta, submetendo-a a apreciação dos seus credores, para pagar-lhes com 5% (cinco por cento) sôbre o valor dos respectivos créditos, e em duas prestações iguais a seis e a doze meses da data da homologação da concordata, ficando desde logo habilitado a liquidar os créditos hipotecários e pignoratícios mediante ação "in solutum" dos bens respectivos, com a obrigação de pagar-lhes as sobras na moeda da concordata. Essa proposta de concordata foi aceita pelos principais credores: Banco Agrícola e Comercial de Pernambuco, Bank of London & South America Ltd. e Mendes Lima & Cia, com a assinatura dos respectivos gerentes, e mais sete assinaturas, todas reconhecidas pelo tabelião Alfredo Rabelo Cintra.
Os autos foram remetidos ao Doutor Juiz de Direito da Terceira Vara, Miguel José da Motta Junior, aos 18.07.1928 que emitiu parecer favorável por considera-la de acôrdo com as prescrições legais, homologando-a na forma da Lei para que produza os devidos efeitos, sendo pagos pelo concordatários os impostos e custas. Entregue-se ao concordatário, findo o prazo legal, todos os bens, livros e papeis da massa, cumprindo-se o disposto no Art. 112 da Lei 2.024 de 17.12.1908, com a aprovação do Curador das Massas Falidas, Milton Marques de Oliveira Mello.

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Timeline Julius von Söhsten

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