Associado ao trono desde 987, ele assistiu o seu pai sobre questões militares (com o cerco deLaonpor duas vezes, em 988 e 991). Sua sólida formação, acessorada porGerberto de Aurillac(o futuro Papa Silvestre II), emReims, permitiu-lhe se ocupar das questões religiosas, em que ele rapidamente se tornava o garante (ele dirigiu o Concílio deVerzyem 991 e o deChellesem 994). Dando continuidade à obra política de seu pai, depois de 996, ele consegue manter a aliança com aNormandiaeAnjoue conter as ambições deOdão II de Blois.
Às custas de uma longa luta iniciada em abril de 1003, ele conquistou oDucado de Borgonha, que deveria lhe ser devolvido em herança à morte sem descendentes diretos, de seu tioHenrique I de Borgonha, mas que este o havia transmitido ao seu enteadoOtão-Guilherme.
Os problemas conjugais de Roberto, o Piedoso comRosália de ItáliaeBerta da Borgonha(que lhe valeram uma ameaça deexcomunhão), e depois a má reputação deConstança de Arles, contrastavam estranhamente com a aura piedosa, no limite de santidade, que estava disposto a lhe prestar o seu biógrafo Helgaudo de Fleury emA vida do Rei Roberto, o Piedoso(Epitoma vitae regis Roberti pii). Sua vida é então apresentado como um modelo a seguir, fez inúmeras doações piedosas para diferentes ordens religiosos, de caridade para os pobres e, especialmente, os gestos considerados sagrados, como a cura de alguns leprosos: Roberto é o primeiro governante considerado comotaumaturgo. O fim de seu reinado mostra a relativa fraqueza do soberano que deveria de fazer frente à revolta de sua esposa Constança de Arles e depois às de seus próprios filhos (HenriqueeRoberto) entre 1025 e 1031.
: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A Historiografia dedica-se desde sempre à época de Roberto, o Piedoso, o ano mil, e tem-se focalizado em descrever o estabelecimento dapaz de Deus, que visava canalizar os senhores e proteger a propriedade da Igreja e casas senhoriais. Além disso, se, desde que Jules Michelet, os historiadores têm durante muito tempo avançado que a transição para o ano mil tinha causado temores coletivos de fim do mundo, esta tese foi refutada pelo historiador Georges Duby e Sylvain Gouguenheim, professor de história medieval na l'École normale supérieure de Lyon.[1]Na verdade, o fim do século X e a primeira metade do século XI experimentaram o início de uma mudança social e económica, com o aumento da produtividade agrícola e das capacidades de câmbio permitidas pelo desenvolvimento do uso dedenáriosde dinheiro. Ao mesmo tempo, o fim das invasões e as continuas guerras pessoais induziram, a partir de1020, a proliferação de castelos privados, do topo dos quais surgiu o direito de banir, e acavalaria, nova elite social que tem a sua origem nos cavaleiros carolíngios.
Ao contrário de seu paiHugo Capeto, tem-se mantido uma literatura contemporânea de Roberto, o Piedoso, exclusivamente eclesiástica, que evoca a vida do rei. Em primeiro lugar, existe a biografia escrita por Helgaud de Fleury (Epitomavitae regis Roberti pii, c. 1033), abade deSaint-Benoît-sur-Loire[2], que é na realidade apenas um elogio ou umahagiografiado soberano. Outras fontes excepcionais são asHistórias(v. 1026-1047) do monge da Borgonha Raoul Glaber . Homem de elevada cultura, ele está, devido à sua rede de Cluny, muito bem informado sobre todo o Ocidente. Raoul é de longe o informador mais abrangente sobre o reinado de Roberto, o Piedoso. Secundariamente, vale a pena observar a tradicionalHistóriadeRiqueroe o poema que o bispoAdalberão de Laon, nomeou "Ascelin", dirigido a Roberto, descrevendo a sociedade de seu tempo.
pace: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Como no caso de seu paiHugo Capeto, não sabemos nem a data nem o local exacto do nascimento de Roberto, e se bem que os historiadores se inclinem fortemente para o ano de972e paraOrleães, capital do Ducado Robertiano desde o século IX.[3]O único filho do duque dos francos, Hugo, e de sua esposa,Adelaide de Poitiers, é chamado de "Roberto", como seu antepassado heróicoRoberto, O Forte, que morreu lutando contra osVikingsem866. O resto da descendência real é composta três irmãs: Gisela, Edviges e Adelaide.[4]
No século X, a família dos Robertianos é o mais poderoso clã aristocrático e o mais ilustre do reino de Francia. Nas décadas anteriores, dois de seus membros já estavam sentados no trono, aglomerando-se na dinastia carolíngia:Odão I(888) eRoberto I(922). O principado deHugo, o Grande, duque dos Francos e avô de Roberto, o Piedoso, marca o apogeu dos Robertianos até sua morte em956. No entanto a partir do meio do século X, Hugo Capeto, que o sucedeu à frente do ducado e apesar de reinado ainda importante, não consegue emergir como seu pai.[5]
A juventude de Roberto é especialmente marcada pelas lutas incessantes do reiLotáriopara recuperar a Lorena, "o berço da família carolíngia" à custa do imperadorOtão II:
Em agosto de978, o rei Lotário lança inesperadamente um ataque geral emAachen, onde reside a família imperial que escapa por pouco da captura. Depois de saquear o palácio imperial e os arredores, ele volta para a Francia, levando a insígnia do Império. No mês de outubro seguinte, por vingança, Otão II traz um forte exército de sessenta mil homens e invade o reino de Lotário. Este último, tendo apenas poucas tropas junto dele, é forçado a refugiar-se junto de Hugo Capeto, que passa a ser o salvador da realeza carolíngia[7]. A dinastia robertiana entra em viragem que perturba o destino do jovem Roberto. O bispo Adalberão de Reims, originalmente um homem do rei Lotário torna-se mais e mais próximo da corte Otoniana pela qual sente uma grande simpatia.
5; font-style: normal; clear: left; margin: 0.5em 1.4em 0.8em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">olid; padding: 3px;">ht: 1.4em; padding: 3px;">ou a Arnoul, fim do século X.
252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Hugo rapidamente compreende que a sua ascensão não pode ser feita sem o apoio do Arcebispo de Reims. Ele próprio analfabeto, não dominando o latim, decidiu enviar Roberto em984, não ao professorAbão de Fleury, perto de Orleães, mas a Adalberão para que este o forme nos rudimentos do conhecimento. De fato, no final do século X, Reims tem a reputação de ser a escola mais prestigiada de todo o Ocidente cristão. O prelado acolhe voluntariamente Roberto, que ele confia a seu secretário o famosoGerbert de Aurillac, um dos homens mais cultos de seu tempo.[8]
Supõe-se que para seguir o ensinamento de Gerberto, o menino teve que aprender as noções básicas de Latim. Ele enriquece o seu conhecimento através do estudo do trivium (isto é, o que se refere à lógica: gramática, retórica e dialética) e do quadrivium (isto é, as ciências: aritmética, geometria, música e astronomia). Roberto é um dos poucos leigos do seu tempo a desfrutar da mesma visão de mundo que os clérigos[9]. Após cerca de dois anos de estudo em Reims, ele voltou para Orleães. O seu nível intelectual também foi desenvolvido no campo musical, tal como foi reconhecido por um outro grande erudito de seu tempo, Riquero.[10]Segundo Helgaud de Fleury numa idade desconhecida da adolescência, o jovem Robertiano cai gravemente doente, a ponto de Huguo e Adelaide temerem pela sua vida. É então que seus pais vão rezar à Igreja Santa Cruz de Orleães e oferecem um crucifixo de ouro e um sumptuoso vaso de 30 Kg em oferenda. Roberto cura-se miraculosamente.[11]
o; A sua piedosa mãe envia-o às escolas de Reims e o confia ao mestre Gerberto, para ser por eleve elevado e o instruir suficientemente nas doutrinas liberais»
s: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">em 0px;">_ Helgaud de Fleury, Epitoma vitae regis Roberti pii, v. 1033[12] t-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Regência com Hugo Capeto[editar|editar código-fonte] 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Imediatamente após a sua própriacoroação, o seu pai começou a fazer pressão para obter a coroação de Roberto. SegundoHugo Capeto, era importante para a estabilidade do reino haver um segundo rei, para o caso de ele mesmo morrer numa expedição que estava a planejar contra osmourosque atacavamBorell II de Barcelona,conde de Barcelona, invasão que nunca chegou a realizar-se.
ikipedia.org/wiki/Hugo_Capeto">Hugo Capeto, pai de Roberto IIfont-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">OcronistaRudolfo Glaber atribui esta solicitação de Hugo à idade avançada em que se encontrava e à sua incapacidade de controlar anobreza. No entanto, historiadores modernos tendem a dar mais importância à vontade de o velho rei garantir o direito de Roberto à sucessão e estabelecer umadinastia, em oposição ao poder de aaristocraciaeleger um novo rei. Na generalidade, os cronistas da época não parecem sustentar esta última teoria, e as dúvidas sobre as reais intenções de Hugo querer fazer ou não uma campanha naPenínsula Ibéricamantêm-se até hoje[13].
Roberto começou a assumir um papel régio activo, subordinado ao seu pai, no início dadécada de 990. Em991ajudou a evitar que osbisposfranceses comparecessem a umsínodonoreino da Germânia, convocado pelopapa João XV, com quem Hugo estava em conflito. E quando o rei morreu em996, Roberto continuou a reinar sem qualquer disputa pela sucessão.
ext-transform: none; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Roberto comanda os assuntos religiosos[editar|editar código-fonte] #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Sagrado e casado, Roberto colabora com o seu pai como prova a suasignumna por baixo de certos atos de Hugo Capeto. A partir de990, todos os atos têm a sua assinatura. Nos documentos escritos: "Roberto, glorioso rei", como o sublinha uma carta paraCorbie(abril de 988) ou ainda "filii nostriRotberti regis ac consortis regni nostri" numa carta paraSaint-Maur-des-Fossés(Junho de 989)[14]. Com sua instrução recebida Gerbert de Aurillac, sua tarefa, em primeiro lugar, a presidência das sínodos episcopais:
o;Ele [Roberto] participou das sínodos dos bispos para discutir com eles Assuntos Eclesiásticos.» _ Richer de Reims, apr. 990[15]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Ao contrário dos últimos Carolíngios, os primeiros Capetianos aliaram-se a um clã de bispos a nordeste de Paris (Amiens,Laon,Soissons,Chalons, etc.) cujo apoio será crucial nos eventos seguintes. Num dos seus diplomas, os dois reis aparecem como intermediários entre o clero e o povo (mediatores et plebis) e a pena de Gerberto de Aurillac, salientam a necessidade deConsilium"... não querendo nada abusar do poder real, nós decidimos todas as questões dares publicausando o conselho e sentenças de nossos fiéis. "[16]Hugo e Roberto precisavam do apoio da Igreja para estabelecer mais legitimidade e porque os contingentes de cavaleiros que compunham o exército real, derivado em grande parte dos bispados.[17]Roberto já aparece para seus contemporâneos como um governante piedoso (daí o seu apelido) e próximo à Igreja por diversas razões:
>dedicou-se às artes liberais;te a sua coleção canónica;ntes dele.ne; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Carlos da Lorena apropria-se de Laon (988-991)[editar|editar código-fonte]ght: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Precisamente, os dois reis, Hugo e Roberto precisam dos contingentes enviados pelos bispos já que a cidade de Laon tinha sido invadida porCarlos da Lorena, último pretendente carolíngio ao trono. Os soberanos cercaram por duas vezes a cidade sem résultados[18]. Preocupado com o seu fracasso laonense, Hugo contata vários soberanos a fim de obter a sua assistência (o papaJoão XV, a imperatrizTeófano, mãe do jovemOtão III), em vão. Após a morte de Adalberon de Reims (24 de janeiro de989), Hugo Capeto decide eleger como novo arcebispo o carolíngio Arnulfo, um filho ilegítimo do rei Lotário, em vez de Gerberto. Pensa-se que ele agiu assim para apaziguar os partidários do carolíngio, mas a situação voltou-se contra os Capetianos.[19]
A situação desencadeou-se através da traição de Adalberon (Ascelin),bispo de Laon, que prendeu Carlos e Arnoldo durante o sono sono e os entrega ao rei (991): o episcopado salva a realeza capetianain extremis. De seguida o conselho de St. Basle de Verzy onde o traidor Arnold é julgado por uma assembleia presidida por Roberto, o Piedoso (Junho de 991). Apesar dos protestos de Abbo de Fleury, Arnoldo é condenado. Poucos dias depois, Gerbert de Aurillac foi nomeado arcebispo de Reims com o apoio de seu ex-aluno Roberto. O PapaJoão XVnão aceita este procedimento e quer convocar um novo concílio emAix-la-chapelle, mas os bispos confirmam sua decisão em Chelles (inverno 993-994) 24,25.[20][21]
normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Quando o seu mestre Adalberon de Reims morre, Gerbert é obrigado a seguir as intrigas do novo arcebispo Arnold, decido a entregar Reims a Carlos de Lorena. Embora a documentaç;ão seja muito incompleta sobre isso, parece que o professor tenha posteriormente alterado a sua posição para se tornar o seguidor de Carlos:
o;O irmão de Lotário Augusto, herdeiro do trono, foi expulso. Os seus concorrentes, [Hugo e Roberto], muitas pessoas acreditam, recebeu o reino provisório. Que direito tem o legítimo herdeiro se ele foi deserdado?» _ Gerbert d’Aurillac, Lettres, 990
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A legitima dúvida se instala na coroa de Hugo e Roberto. Este mesmo Gerbert, vendo a situação mudar com desvantagem de Carlos de Lorena, mudou de lado no ano de 991. Ele se tornou arcebispo de Reims, pela graça do Rei Roberto, ele diz:
o;O consentimento dos dois príncipes [Hugo e Roberto], senhor Hugo Augusto e o excelentissimo Rei Roberto.»_Gerbert d’Aurillac, Lettres, 991
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Quanto a Ascelin, o bispo de Laon, tendo servido a coroa traindo Carlos e Arnoul, ele se volta contra ela. Sabe-se que na primavera de993, ele se aliou comOdão I de Bloispara planear a captura de Roberto e de Hugo em acordo com Otão III. Assim Luís (filho de Carlos de Lorena) se tornaria rei dos francos, Odão duque dos francos, e Ascelin Bispo de Reims. A intriga é deenunciada e este último é colocado sob prisão domiciliar.[22]
4px; font-family: sans-serif; background: #ffffff; white-space: normal; word-spacing: 0px; border-bottom: medium none; text-transform: none; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Amor por Berta de Borgonha (996-1003)[editar|editar código-fonte]: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">NaPrimaverade996,Berta da Borgonha(952-1035), viúva do conde Odão I de Blois, filha de Matilda de França e do rei Conrado das Duas Borgonhas,o Pacífico, e portanto neta paterna deLuís IV de França, veio pedir ajuda e protecção a Roberto. Este foi seduzido pela sua nobreza e determinação, e pouco depois tornaram-se amantes. Este amor teria a oposição deHugo Capeto, que tinha sido inimigo do primeiro marido de Berta.
Mas meses mais tarde, quando o velho rei morreu, Roberto acabaria por repudiar a sua esposaRosália de Ivrea, cerca de vinte anos mais velha que ele, e de quem não gerara descendência. Apesar da oposição também daIgreja, que o condenou formalmente por motivos deconsanguinidade, no final de Novembro ou no início de Dezembro de996casou-se com Berta. Com estematrimóniopretendia gerar um herdeiro para a jovemdinastia capetiana, e o dote da sua nova esposa incluía os direitos sobre aBorgonhae as imensas possessões da poderosa família de Blois.
iv>s: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Com efeito, a ligação de Berta e Roberto tinha implicaçõesgeopolíticas: uma grande parte dos territórios doduque da Borgonhaprestavavassalagemao imperadorOtão III da Germâniae osOtõescontrolavam o norte daItáliae tinham grande influência na nomeação dospapas.
Em Fevereiro de997, noconcíliodePavia, opapa Gregório Vexortou Roberto a renunciar à "sua prima(que era inclusivamente mãe de um afilhado seu),uma vez que a tinha desposado contrariamente àinterdição apostólica", e condenou osbisposque "consentiram estas núpciasincestuosas"[23]. NoVerãoseguinte, o papa e o imperador germânico convocaram um novoconcílioemRoma. Foi infligida uma pena de sete anos depenitênciaao rei, foi feita a ameaça deexcomunhãodos dois amantes e de colocar o reino da França sobreinterdicto(excomunhão aplicada a um território), o que nunca se chegou a concretizar.
Em999, Gerberto d'Aurillac subiu aopapadocom o nome deSilvestre II. Como antigo mestre de Roberto e de Otão III, tinha mais poder negocial com os dois soberanos. Aos 29 anos de idade, e como do seucasamentosó nascesse umnado-morto, Roberto acabou por ceder à anulação do matrimónio em1003, apesar de não renunciar à anexação da Borgonha, que conseguiuria oficializar após um longo conflito.
Casou-se então pela terceira vez comConstança de Arles(c.986-1032), filha de Adelaide-Branca deAnjoue de Guilherme I,condedaProvençaeArles, de quem teve descendência. Mas apesar do novo casamento, Berta ainda se manteve sua amante. Em1008, devido às pressões e recriminações da sua nova esposa, Roberto deslocou-se a Roma para tentar oficializar ainda o seu casamento com o amor da sua vida. O papa, agoraJoão XVIII, recusou, e desta vez o monarca submeteu-se à vontade eclesiástica.
ne; float: right; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">ter; background-color: #f8f9fa; border: #c8ccd1 1px solid; padding: 3px;">ng: 3px;"> Gravura do fim do seculo XIX font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O rei não se divorcia de Berta, a união não foi reconhecida pela Igreja, esta operação revelou-se inútil. Ele se casou uma terceira vez em 1003-1004 com uma princesa distante ele nunca havia conhecido para evitar parentesco. Com 17 anos,Constança de Arlesvinha daProvença. Ela é de sangue nobre, sendo a filha deGuilherme I, conde da Provençae Arles e deAdelaide-Branca de Anjou.[24]Esta família provençal é ilustrada no século X desde Guilherme apelidado de "O Libertador" definitivamente tinha empurrado ossarracenosemLa Garde-Freinet(972) e a sua mãe Adelaide tinha sido em tempos rainha dos Francos durante o seu breve casamento com o CarolíngioLuís Vde982a984. Mais importante, a família de Arles estava relacionada com a casa de Anjou com a qual a aliança está sendo restaurada[25].
Mas Constança é uma mulher-amante que não faz o rei feliz. A personalidade da rainha da lugar da parte dos cronistas a comentários adversos: "pretensiosa, ambiciosa, arrogante, vingativa". As observações misóginas de parte de monges, especialmente para uma rainha são bastante excepcionais noséculo XI. Por outro lado, também sabemos que os Meridionais vindos á corte com Constança são desprezados e excluídos pelos Francos. Durante o encontro entre os dois lados no início do século XI, contemporâneos referem-se a um verdadeiro "choque cultural". Raoul Glaber aponta, por exemplo, que os clérigos francos mais conservadores desprezaram a moda provençal que sugere a novidade e, portanto, a desordem. Em geral, os Provencianos do ano mil não têm barba ou bigode (podem ser confundidos com as mulheres) e os leigos têm o cabelo cortado.[26][27]Tudo isto explicaria o comportamento da rainha?
O único ponto positivo é que Constança dá numerosa prole:
>Alice de França(c. 1003-abril 1063), casada comReinaldo I, conde de NeverseAuxerre.ormal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;">gina não existe)" href="https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hugo_de_Fran%C3%A7a&action=edit&redlink=1">Hugo de França(c. 1007-1025), associado a seu pai, mas que morre prematuramente.ansform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;">rança" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_I_de_Fran%C3%A7a">Henrique I(c. 1008-1060), rei dos Francos.style-type: disc; font-size: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;">decoration: none; background: none transparent scroll repeat 0% 0%; color: #0b0080;" title="Adela de França, condessa de Flandres" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Adela_de_Fran%C3%A7a,_condessa_de_Flandres">Adela de França(ou Adelaide) (c. 1009-1079), esposa deRicardo III, duque da Normandiae depoisBalduíno V, conde de Flandres. disc; font-size: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;"> none; background: none transparent scroll repeat 0% 0%; color: #0b0080;" title="Roberto I, Duque da Borgonha" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_I,_Duque_da_Borgonha">Roberto de França(c. 1011-1076),duque de Borgonha.ans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;">paz de governar de acordo com a cronica (concluído em 1138) de Pedro, filho de Béchin, cânone de São Martinho de Tours.ns-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Durante o reinado de Roberto, o Piedoso, Constança coloca-se muitas vezes no centro de intrigas, a fim de preservar um lugar especial na corte franca. Raoul Glaber salienta, com razão, que a soberana tem "controlo supremo sobre o seu marido." Para os contemporâneos, uma mulher que manda é "o mundo de cabeça para baixo." Tudo começa no início do ano1008, um dia em que o rei e o seu fiel Hugo de Beauvais caçam na floresta de Orleães. De repente, doze homens armados surgem e se lançam sobre Hugo antes de o trucidar sob os olhos do rei. O crime foi encomendado porFulco Nerrae apoiado seguramente pela rainha.[28]Roberto, exasperado com a esposa depois de seis ou sete anos de casamento, foi pessoalmente ao Papa; ele é acompanhado por Angilramme (um monge de Saint-Riquier) e Berta da Borgonha (cerca de 1009-1010). O seu propósito é, naturalmente, o de anular o casamento com Constança. Odorannus, um monge de Saint-Pierre-le-Vif em Sens, explica nos seus escritos que, por sua vez na ausência de seu marido, Constança aguarda entristecida no seu dominio de Theil. Segundo ele, St. Savinien teria-lhe aparecido e três dias depois Roberto estava de volta, abandonando definitivamente Berta.[29]
Os problemas não param. Após a vitória deOdão II de BloissobreFulco II NerraemPontlevoy(1016), Raoul Glaber diz que o dia de Pentecostes de1017em St. Corneille deCompiegne, Constança e seu clã Angevino impõem a associação[30]deHugo[31], o filho mais velho, contra o conselho dos príncipes territoriais. Assim, em caso de morte do Rei Roberto, Constança iria garantir a regência. Além disso, não dá poder de Hugo que é constantemente humilhado por sua mãe antes de morrer prematuramente em1025. A rainha então se opõe a coroação de seu segundo filho,Henrique, que ela não gosta de beneficiar ao seu irmão mais novo Roberto. Mas a cerimônia tem lugar em Reims em1027no Pentecostes.[32]
hite-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; float: right; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">w: hidden; font-size: 13px; width: 202px; text-align: center; background-color: #f8f9fa; border: #c8ccd1 1px solid; padding: 3px;">; text-align: left; line-height: 1.4em; padding: 3px;">Localização daBorgonhano mapa daFrançan: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Apesar dos seus problemas maritais, Roberto II era umcatólicodevoto, pelo que foi cognominado deo Pio. Tinha também o gosto pelamúsica, sendocompositor,corista,poeta, e tornando o seupalácioem um lugar de seclusão religiosa, onde celebrava asmatinase asvésperasnas suas vestes reais. No entanto, para os seus contemporâneos, a sua piedade resultava da intolerância que reservava aosheréticos, que punia rigorosamente.
; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O reino que Roberto herdara não era grande, e por isso esforçava-se em aumentar o seu poder, tentando vigorosamente fazer valer os seus direitos sobre quaiquer terrasfeudaisque ficassem sem senhor, o que geralmente resultava em guerra com outro pretendente. Em1003, a sua invasão doDucado da Borgonharecebeu oposição e a sua soberania só seria legalizada pela Igreja em1016, sendo que imediatamente doou este domínio ao seu filho Henrique.
O Rei Roberto conduzia uma política clara: recuperar para seu beneficio a função condal, seja apropriando-se seja cedendo a um pelo bispo amigo, assim se fizeram os ;Otonianos, a dinastia mais poderosa no Ocidente na época.
A vitória mais retumbante de Roberto foi a aquisição doducado de Borgonha.
O duque da BorgonhaHenrique Imorreu em outubro de1002, sem herdeiro legítimo. O seu genroOtão Guilherme,Conde Palatino da Borgonhae Conde de Macon e filho do primeiro casamento de Gerberga de Chalon comAdalberto de Itália, tinha, de acordo com aChronique de Saint-Bénigne, sido designado como o herdeiro[33]do Ducado, com o apoio de muitos nobres da Borgonha assegurado, mas contudo ele preocupa-se mais com suas terras d’Outre-Saône e o seu interesse dirige-se também a Itália, do qual ele é descendente.[34]O ducado da Borgonha, adquirido em943[35][36]porHugo, o Grande, pai de Henrique, fez parte das possessões das famílias robertianas.[37]Além disso, a Borgonha é uma questão importante, porque está cheia de cidades ricas (Dijon,Auxerre,Langres,Sens...).
A rivalidade entre Hugo I de Chalon, bispo de Auxerre, um partidário do rei Roberto eLandrico, conde de Nevers, genro e aliado natural de Otão Guilherme que tinha direitos em Auxerre, desencadeou a intervenção armada do Rei Roberto.
Este último, apoiado porRicardo II,duque da Normandia, reúne as suas tropas na primavera de1003e confronta-os na Borgonha, mas eles falhamAuxerree Saint-Germain de Auxerre. Em1005, Roberto e os seus homens estão de volta. Eles tomamAvallonapós vários dias de combates, depois ;Auxerre. Uma disposiç;ão[38]tinha já sido entrevista entre o rei e Otão Guilherme, que se encontra próximo ao rei durante o cerco de Avallon.[39]Sob a mediação do Duque-bispo Hugo de Chalon, o Conde Landrico reconcilia-se com o rei, renunciando aos condados de Avallon e Auxerre.
Na sequência dos acordos de1005-1006, Otão Guilherme tinha renunciado ao título ducal e todos os bens do falecido duque Henrique voltaram à Coroa, com exceção da cidade de Dijon, ainda na posse de Bruno de Roucy o irredutível bispo de Langres, que não queria em caso algum, deixar Roberto instalar-se.
ormal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">EmSens, uma luta instaura-se entre o conde Fromondo II e arcebispo Leoterico pelo controle da cidade. Leoterico, que é próximo do rei,está furioso com o comportamento do Conde, que construiu uma poderosa torre de defesa. Em1012, Rainardo sucedeu a seu pai Fromondo e a situação piora de tal forma que o bispo de Langres, Bruno de Roucy, inimigo do Rei Roberto, é o tio materno de Rainardo. O arcebispo de Sens isolado apelou ao rei. Este último deseja intervir por várias razões: Sens é uma das principais cidades arquiepiscopais do reino, é também uma passagem obrigatória para se visitar a Borgonha e, finalmente, a posse do condado de Sens permitia a Roberto cortar as possessões de Odo II, Conde de Blois em dois. O conde é excomungado e sofre o ataque do rei que tomou Sens a 22 de abril de1015. Rainardo, que enquanto isto é aliado de Odão de Blois, propõe um acordo a Roberto : ele continua a exercer o seu cargo condal e à sua morte, o território irá reverter para a Coroa. Rainardo morre 40 anos mais tarde, mas Roberto conseguiu colocar Sens sob seu controle.[40]
Assim que o caso sénonaise terminou, Roberto parte para Dijon completando a sua conquista borqonhesa. De acordo com a crónica de Saint-Bénigne de Dijon, Odilo de Cluny interveio e o rei, afetado[41], teria desistido do assalto. O bispo de Langres Brunon de Roucy morre no final de janeiro de1016. As tropas reais regressam a Dijon, alguns dias depois e Roberto instala o bispo Lambert de Vignory no lugar de Langres e que lhe cede Dijon e o seu condado.[42]Depois de quinze anos de campanhas diplomáticas e militares, o rei entra em posse do ducado de Borgonha.
O jovemHenrique, seu filho mais novo, recebeu o título ducal, mas dada a sua tenra idade, Roberto adverte o governo e vai lá regularmente. A morte deHugoem1027, o irmão mais velho de Henrique, faz deste último herdeiro da coroa real; O ducado retorna para o mais novoRoberto, também chamado Roberto, o Velho, cuja descendência borgonhesa reinará até meados do século XIV. As terras d’Outre-Saône do reino de Borgonha, o condado da Burgonha, seguem os destinos do Império[43][44].
Quando, cerca de1007, Bouchard de Vendome (o antigo fiel de Hugo Capeto) morre, o condado de Paris que ele detinha não é atribuído a seu filho Renaud. Quando este último morreu por sua vez (1017), o rei se apropria de seucondado de Melune o condado de Dreux. O Arcebispo de Bourges Daiberto falece em 1012. Roberto nomeia ele próprio o seu representante, Gauzlin, ex-abade de Fleury. Mas o visconde desta mesma cidade, Geoffrey, tenta intervir pessoalmente na escolha do sucessor de Daiberto e impede que o novo arcebispo asseda a seu assento: o PapaBento VIII, Odilo de Cluny e Roberto, o Piedoso devem intervir para Gauzlin poder trabalhar.[45]
-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O ano mil constitui o "despertar da heresia". Durante a Idade Média, não tínhamos experimentado este tipo de perseguição. O século XI inaugura uma série de fogueiras hereges no Ocidente:Orleães(1022),Milão(1027),Cambrai(1078). Quanto ao Rei Roberto, o caso dos hereges de Orleães constitui um elemento fundamental do seu reinado e, na época, um impacto sem precedentes.[46]
De onde vêm esses "hereges"? A natureza dos eventos é nos contado por fontes exclusivamente eclesiásticas: Raoul Glaber, Ademar de Chabannes, André Fleury, Jean de Ripoll e Paulo de Chartres. O ano mil prolonga a idéia de uma era corrupta onde a riqueza do clero contrasta terrivelmente com a humildade pregada por Jesus Cristo. Alguns clérigos põe em causa este sistema e desejo purificar a sociedade cristã. O debate não é novo, já no século IX, houve controvérsia entre os estudiosos sobre a Eucaristia, o culto dos santos ... mas em 1022, é de outra natureza.
Raoul Glaber conta a história do camponês Leutard de Vertus (Champagne) que, cerca de994, decide devolver a sua esposa para destruir o crucifixo na sua igreja local e pregar aos aldeões a recusa em pagar o dízimo como um pretexto da leitura santas Escrituras. O bispo de sua diocese, Gibuin I de Chalons, o convoca, discute com ele em frente ao povo e convence-o de sua loucura herética. Abandonado por todos, Leutard comete suicídio. Outros hereges conhecidos conheceram no curso de século a desventura de Leutard, isto é, ridicularizar-se as questões intelectuais, em frente aos estudiosos que a sua mensagem não vale nada e está desacreditado aos olhos de meros mortais[47]. Ademar de Chabannes, entretanto, relata, em torno de 1015-1020, o aparecimento de maniqueístas na Aquitânia, especialmente nas cidades deToulouseeLimoges.
Os temas comuns dos Hereges são a renúncia à cópula carnal, a destruição de imagens, a futilidade da igreja e o repúdio dos sacramentos (especialmente baptismo e o casamento). Surpreendido pela onda de protestos, Raoul Glaber evoca nos seus escritos que Satanás foi libertado "depois de mil anos", segundo oApocalipsee que devia inspirar todos estes hereges desde Leutardo em Orleães. Outro contemporâneo se expressa:
o; Eles [os hereges] pretendiam ter fé na Trindade na unidade Divina e da Encarnação do Filho de Deus, mas era uma mentira, porque eles diziam que os baptizados não podem receber o Espírito Santo no baptismo e que depois de um pecado mortal, ninguém pode de forma alguma ser perdoado.» - André de Fleury, v. 1025.[48]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Para os cronistas, a heresia Orleana provinha às vezes de um camponês (Ademar de Chabannes) e às vezes de uma mulher de Ravennes (Raoul Glaber). Mas acima de tudo, o mais inaceitável é que mal tocou Orleães, a cidade real e a Catedral Santa Cruz, onde Roberto foi batizado e coroado nas últimas décadas. Cânones próximos do poder tinha sofrido uma lavagem cerebral pela heresia: Théodat, Herbert (mestre da igreja colegiada de Saint-Pierre-le Puellier), Foucher e sobretudo Étienne (confessor da rainha Constança) e Lisoie (cantor da Santa Cruz) entre outros. O Rei Roberto é advertido porRicardo de Normandiae no dia de Natal 1022, os hereges são presos e interrogados durante longas horas. Raoul Glaber relata que eles reconheceram pertencer ao "culto" desde há muito tempo e que o seu objectivo era convencer a corte real das suas crenças (recusa dos sacramentos, interdições alimentares, a virgindade da Virgem Maria e sobre Santíssima Trindade). Estes detalhes são certamente verdadeiros, pelo contrário, é abusivo que Raoul Glaber e os outros cronistas diabolizem as reuniões do "círculo Orléanense": eles suspeitavam que eles de praticavam orgias sexuais, adoravam o diabo, crimes rituais. Estas críticas são aquelas que fizeram os primeiros cristãos na Antiguidade Tardia.[49][47]
o; Naquela época, dez dos cânones de Sainte-Croix de Orleães, que pareciam mais piedosos do que outros, foram condenados por seremmaniqueístas. O Rei Roberto, devia recusar-lhes o retorno à fé, fê-los primeiro despojar da sua dignidade sacerdotal, e depois expulsou-os da Igreja, e, finalmente, enviou-os para as chamas.»- Adémar de Chabannes, v. 1025[50]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Segundo a lenda, Estevão, o confessor de Constança, teria recebido um golpe de cana dela que lhe teria perfurado o olho. O Rei Roberto faz conduzir ao exterior da cidade uma enorme pira a 28 de dezembro 1022. Na esperança de os assustar, o rei está surpreso com a sua reação:
o;Seguros de si mesmos, eles não têm medo do fogo; eles anunciarm que sairiam ilesos das chamas, e rindo eles deixam-se prender no meio da pira. Rapidamente eles foram completamente reduzidos a cinzas e não se encontrava sequer um pedaço de seus ossos.» _ Adémar de Chabannes, v. 1025..[50]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Esta implacavilidade surpreende os contemporâneos e ainda os historiadores modernos. Os diferentes cronistas, embora horrorizados com as práticas dos hereges, não comentam em qualquer momento a sentença e Helgaud de Fleury nem sequer menciona o episódio. A acreditar que a história dos hereges de Orleans mancha a sua reputação de santo? Em todo caso, o evento faz tal bruar no reino que foi percebido até na Catalunha a crer numa carta do mongeJean para seu abade Oliba de Ripoll: "Se você já ouviu falar sobre isso é verdade" disse ele. Para os historiadores, este episódio remete para um acerto de contas. Em1016, Roberto tinha imposto na cadeira episcopal de Orleans um des seus próximos, Teodorico II, em detrimento de Oudry de Broyes, o candidato deOdão II de Blois.[51]
word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O último grande evento do reinado de Roberto, o Piedoso é a associação ao trono de seu segundo filho,Henrique. Mais uma vez, ele teve de suportar os argumentos da rainha Constança, que pretendia impor o seu filho mais novo, Roberto. Na comitiva real, o príncipe Henrique é considerado demasiado efeminado, o que é contrário ao princípio masculino davirtus. Favoráveis a eleição do melhor, o episcopado e os numerosos príncipes territoriais mostram a sua recusa. No entanto, o rei, apoiado por algumas personalidades (Odão II de Blois,Odilo de Cluny,Guilherme de Volpiano), mantém-se firme e Henrique é finalmente sagrado no dia de Pentecostes de1027emReimspelo arcebispo de Ebles de Roucy. Roberto definitivamente ratifica a Associação Real estabelecido pelo soberano no lugar.[52]Os grandes do reino fizeram a deslocação: Odão de Blois,Guilherme V da Aquitânia,Ricardo III, duque da Normandia. Segundo Hildegar de Poitiers, a cerimónia uma vez terminada, Constança teria fugido a cavalo louca de raiva. Após quarenta anos de reinado, uma agitação política pontua no reino. NaNormandia, o novo DuqueRoberto, o Magnífico, expulsa seu tio Roberto, arcebispo de Rouen (v. 1.027-1.029). O soberano deve mediar o conflito e tudo entra na ordem. O mesmo tipo de cenário naFlandresem que o jovemBalduíno, ansioso por poder, elevou-se contra seu paiBalduíno IVem vão. Por seu lado, Odo II, Conde de Blois alistou a seu favor o novo rei Henrique na sua luta contraFulco Nerra. Estas campanhas não são seguidas (1027-1028). Com idade superior a 55 anos, uma idade com a qual na tradição da época deve-se desaparecer do poder, o rei Roberto ainda está em seu trono. Ele teve de limpar várias revoltas da parte de seus filhos Henrique e Roberto, provavelmente intrigado pela rainha deConstança(1030). Roberto e Constança deviam escapar da Borgonha onde eles juntaram forças com o seu genro, o Conde de Nevers, Reinaldo I, o marido de sua primeira filha Alice. De volta ao seu dominio, a paz é restaurada com os membros da família real70.
O piofez poucos amigos e muitos inimigos, incluindo a sua terceira esposa e os seus filhos Hugo Magno,HenriqueeRoberto, que o combateram em uma guerra por poder e terras. Hugo morreu na revolta em1025. Em uma batalha com Henrique e Roberto, o exército do rei foi derrotado e este retirou-se paraBeaugency, nos arredores da sua capital,Paris. Morreu em conflito com os filhos em20 de Julhode1031, emMelun. Foi sepultado com a sua esposa Constança naBasílicadeSaint-Denis, sendo sucedido por Henrique, tanto no reino da França como no ducado da Borgonha.
Alguns dias antes, a 29 de Junho, segundo Helgaud de Fleury, veio anunciar um mau presságio:
m tempo antes desta muito Santa morte, que chegou a 20 de Julho, o dia da morte dos Santos apóstolos Pedro e Paulo, o sol, semelhante ao quarto minguante da Lua, vira os raios para todos, e aparece à sexta hora do dia, palidamente acima da cabeça dos Homens, cuja visão foi obscurecida de tal forma, que eles permaneceram sem se reconhecerem até que o momento de ver voltou. "_ Helgaud de fleury,Epitoma vitae regis Roberti, V.1033[53]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Muito apreciado pelos monges de Saint - Denis, o rei defunto é transportado apressadamente de Melun até à abadia onde repousa já seu pai, diante do altar da Santa Trindade. Os benefícios que o soberano ofereceu à abadia são enormes. Àqueles que redigem a sua crónica, os monges afirmam que no momento da sua morte, os rios transbordam inundando casas e levando as crianças, um cometa passou no céu e a fome assolou o reino durante mais de dois anos. Aquele que acabou a sua biografia em 1030, Helgaud admira-se que o túmulo do Pio Roberto não seja mais do que uma simples laje sem nenhum ornamento. Em meados do século XIII, São Luís fez esculpir novas estátuas para todos os membros da família real.[54]
Quando sabe a notícia da morte de seu pai, Henrique I sobe ao trono para um reinado de trinta anos.
m: medium none; text-transform: none; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O rei do ano mil[editar|editar código-fonte]"overflow: hidden; font-size: 14px; font-family: sans-serif; background: #ffffff; white-space: normal; word-spacing: 0px; border-bottom: medium none; text-transform: none; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Os falsos terrores[editar|editar código-fonte]serif; width: auto; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; float: right; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">inner">v class="thumbcaption">no enviado por Deus para salvar o género humano de Satanás.: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Os Terrores e os Medos do ano mil são um mito do século XVI, baseado numa cronologia deSigebertode Gembloux (século XII), antes de ser usado pelos historiadores românticos do século XIX (dos quaisJulesMichelet). Para explicar que os cristãos ocidentais estavam aterrorizados na passagem do ano mil após a qual Satanás poderia sair do Abismo e provocar o fim do mundo. Ocristianismoé uma religiãoescatológicaatravés da qual os Homens devem comportar-se idealmente durante a vida terrestre para esperar ter a sua Salvação eterna antes da qual eles serão todos submetidos ao juízo final. Esta crença está muito presente durante toda a Idade Média em participar nos séculos X e XI, período durante o qual a Igreja está ainda muito ritualizada e sacralizada. Contudo, não se pode confundir a escatologia e o milenarismo: isto é o medo do fim do mundo após os mil anos daencarnaçãode Cristo.[55]Porquê?
Tudo começa a partir do "Apocalipse segundo João ", que originalmente ameaça do retorno de Satanás mil anos após a encarnação de Cristo :
o;Então eu vi um anjo descer do céu tendo nas mãos a chave do abismo e uma cadeia enorme. Ele prendeu o dragão e a antiga serpente [Satanás], e amarrou-o por mil anos. Ele lançou-o no abismo e põe lhe tranças, e coloca-lhe sinais para que ele deixe de enganar as nações até a conclusão de mil anos. Depois disso, ele deve ser libertado por pouco tempo.»_ Apocalipse segundo João[56]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Já no século V,Santo Agostinhointerpreta o milenarismo como uma alegoria espiritual através da qual o número "mil" em última análise significa uma longa duração não determinada numericamente (Cidade de Deus). Alguns anos mais tarde, oConselho de Éfeso(431) decide condenar oficialmente a concepção literal do milénio. A partir do final do século X, o interesse para os clérigos pelo Apocalipse é marcado pela difusão de comentários em todo o Ocidente (Apocalypse Valladolid, São Saver ...). No entanto, a Igreja controlar o movimento milenarista.[57]Estas são as análises de fontes, exclusivamente eclesiásticas, que podem provocar contra-senso. "A enormidade dos pecados acumulados durante séculos pelos homens", dizem os cronistas, deixa crer que o mundo está condenado, que o tempo do fim chegou. Um deles, Raoul Glaber, é mais uma vez uma das poucas fontes do período. Ele escreveu as suasHistóriaspor volta de 1045-1048, ou seja quinze anos depois do milénio da Paixão (1033):
o; Acreditava-se que a ordem das estações do ano e elementos que haviam prevalecido desde o início dos séculos passados, sempre havia retornado ao caos e que era o fim da humanidade.» - Raoul Glaber, ''Histoires'', IV, v. 1048.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Na verdade, o monge borgonhês descreveu a situação vários anos após numa dimensão ainda escatológica fiel ao Apocalipse. Destina-se a interpretar a açã;o de Deus (os sinais) que deve ser visto como advertência aos homens para que façam atos de penitência. Estes sinais são cuidadosamente observado pelos clérigos. Primeiro os incêndios ( Catedral Santa Cruz deOrleãesem989, nos subúrbios deToursem997, Notre-Dame de Chartres em1020, a abadia de Fleury em1026...), os transtornos da natureza (terremoto , seca, cometa, a fome), a invasão dos gentios (os Saracenos vitoriosos deOtão IIem982) e, finalmente, a proliferação de hereges conduzidos por mulheres e camponeses (Orleães em 1022, Milão em 1027). Ele acrescenta:
o; Estes sinais são consistentes com a profecia de João, que Satanás será libertado após mil anos cumpridos.» - Raoul Glaber, ''Histoires'', IV, v. 1048.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Além disso, está ciente de que por volta do ano mil, apenas uma pequena parte da população (a elite eclesiástica) da Francia é capaz de calcular o ano em curso para fins litúrgicos ou jurídicos (datar as Cartas reais). Aqueles que podem determinar com precisão a data projetam um "milênio de divisão":1000para a Encarnação e1033para aPaixão de Cristo. Além disso, embora aera cristãesteja posta em prática desde o século VI, o seu uso generalizou-se só a partir da segunda metade do século XI: em suma, os homens não reconhecem a sua duração por anos. A vida é, então, pontuada pelas estações do ano, as orações diárias e especialmente pelos grandes festivais do calendário religioso: além disso o ano não começa por toda a parte na mesma data (Natal na Inglaterra, Páscoa na Francia ...)[57]. Alé;m disso, nada nestes escritos prova que havia muitos medos coletivos. Além disso, cerca de960a pedido deGerberga da Saxônia, o abade de Montier-en-Der escreveu um tratado (Desde o nascimento da era do Anticristo), no qual reúne um registo do que as Escrituras dizem sobre oAnticristo. Ele conclui que o fim dos tempos não ocorreria antes que dos reinos do mundo serem separadas do Império. Para Abbo de Fleury, a transição para o segundo milénio não passa despercebida, já que em998ele dirige um apelo a Hugo Capeto e seu filho Roberto. Ele acusa um clérigo que, como estudante, reenvindicou o fim do mundo na viragem do ano mil. Assim, até mesmo os grandes cientistas do século X são anti-milenares.[58][57]
o; Ensinaram-me que no ano de 994, sacerdotes em Paris anunciaram o fim do mundo. Eles são loucos. Basta abrir o texto sagrado, a Bíblia, para ver que nós não sabemos nem o dia nem a hora.» - Abbon de Fleury, ''Plaidoyer aux rois Hugues et Robert'', v. 998.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Desde Edgar Pognon, que os historiadores modernos têm mostrado que esses grandes terrores populares nunca existiram. No entanto, durante a década de 1970, uma nova explicação surgiu. Duby explica que nenhum pânico popular, se manifestou em torno do ano mil, mas por outro lado pode-se detectar uma certa "ansiedade difusa" e continua no Ocidente da época. Provavelmente no final do século X, as pessoas interessadas pela aproximação do ano mil têm algumas preocupações. Mas estas eram uma pequena minoria, já que as pessoas mais educadas como Abbo de Fleury, Raoul Glaber ou Adson de Montierender não acreditavam.
ght: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O feudalismo é um termo complexo, cujo estudo histórico às vezes é complicado. "Trata-se de um conjunto de instituições e relações em toda a sociedade, então chamada de feudal.[59]Os historiadores Medievalistas modernos não concordam sobre a cronologia e a distribuição deste feudalismo.
; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Durante a Alta Idade Média, um certo vínculo feudal já existe entre alguns poderosos que cedem um lucro (beneficium) aos seus fiés (muitas vezes terra). No entanto, a sociedade ainda é dominada por uma "servidão" latente que se encontra na justiça: Somente os homens livres têm o direito de lhe aceder; os não-livres são fisicamente punidos e defendidos pelo seu mestre.[60]O rei e o príncipe do século X ainda usam o poder Judiciário, para defender a sua propriedade e os seus direitos, infligindo assim aos condenados oHeriban(imposto de 60 centavos para aqueles que se recusam a servir oost) e a perda de bens daqueles que os ofendessem.[61]
A partir do ano de920, a autoridade pública começa a focar-se em vários pontos (estradas, cidades, locais defensivos ...). As alianças matrimoniais unem as crianças reais e condais desde o século IX: as dinastias principescas encaixam-se, fazendo dizer Adalberon Laon:
o; As linhagens dos nobres descendem de sangue de reis. » - Adalbéron de Laon, ''Poème au roi Robert'', v. 1027-1030.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Já os textos referem-se a um juramento de lealdade: o beijo (osculum) é geralmente entendido como um gesto de paz entre parentes ou entre aliados. Além disso, a homenagem (commandatio) é vista como um gesto humilhante e parece que alguns condes a fazem em lealdade ao rei.[62]Quanto ao humilde, a fidelidade também pode ser de ordem servil, como mostra a antiga prática de pagamento dochevage, que se torna durante o século IX uma espécie de "homenagem servil". Que faz dizer D. Bartolomeu, ao contrário de Duby e P. Bonnassie, que a Idade Média é o testemunho de um « binómio »: o "amigo" e a "homenagem servil". Isso mostra que a servidão esta mais ou menos enraizada na sociedade.[63]
Afligidos por muitas cargas, os condes delegam uma parte do seu poder judicial a alguns de seus guardas de castelos, oscastelões. Estes recebem ou um castelo (para os ricos) ou aVegueria, um conjunto judicial reservado aos mais humilde).[64]
: sans-serif; width: auto; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; float: left; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: left; margin: 0.5em 1.4em 0.8em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">thumbinner">margin-right: 0px;"> e="Montlhéry" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Montlh%C3%A9ry">Montlhéry, simbolo da revolta castelã naile-de-Francediv>ns: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Entre 980 e 1030, explica Georges Duby, opagusdo início da Idade Média foi gradualmente transformado num território centrado sobre a sua fortaleza pública, rapidamente tornou-se o ponto de ligação de muitas famílias aristocráticas. Por todo o reino, uma série deCastra(castelos) privados e públicos de madeira são construídos muito rapidamente numamota artificialou não de encontro à autoridade pública (há uma proliferação após1020). O monte nem sempre é a residência principal, mas um ponto através do qual se afirma a legitimidade do poder senhorial.
Houve também algumas mudanças na lei[65][66]. Os castelões assumem por sua conta a justiça pública que eles privatizam e fazem hereditária. Isto é o que alguns historiadores chamam de "senhor choque" e vendo-a como uma verdadeira revolução social. As margens do domínio real de Roberto, o Piedoso, os sivicultores do rei (por exemplo, Guillaume de Montfort) dirigem aMontlhéryou aMontfort l'Amauryseu reduto, do qual eles são guardiões, cerca de 1020-1030[67]. Para fazer reinar a ordem no território que é da sua jurisdição (Districtus), eles contratam, por sua vez, osMilites(cavaleiros), homens que lutam a cavalo, que vêm de diferentes categorias sociais (filhos mais novos de famílias nobres , camponeses ricos, alguns têm terras, alguns servos), mas não têm a responsabilidade de "chefe". A pirâmide feudal está quase concluída:
ding-top: 0.2em; padding-left: 0.4em; padding-right: 0.4em; border: #aaaaaa 1px solid;">O primeiro de seus pares (responsável do reino, da guerra e da paz).m; padding-top: 0.2em; padding-left: 0.4em; padding-right: 0.4em; border: #aaaaaa 1px solid;">Príncipe territorial de sangue real, a fonte auxiliar do rei, tornou-se independente no século IX (responsável decondado). fonte auxiliar do mesmo, tornou-se independente no século XI (responsável do castelo).em; border: #aaaaaa 1px solid;">Combatente a cavalo e auxiliar do castelão, está encarregado de manter o direito de banimento naquele local (responsável dumasenhoria).a fixa pela sua posse, e de um senhor de banimento, a quem ele paga rendas arbitrárias para utilizar os utensilios vitais (moinho, lagar, forno...).size: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O novo titular acumula aumento uma força acrescida e legítima o seu novo poder avançando a sua nobreza de sangue. Todos os poderes públicos estão agora tornando-se privados: é obannum. Parece mesmo que alguns deles estarão em parte desviando-se dos contagens. Assim, em sua tese, Georges Duby mostra que entre 980 e 1030, os senhores estão abandonando o xadrez do Conde deMacon, apropriam-se daVicariae, eventualmente, concentram todo o poder local.[70]Esta situação não é, contudo geral e assiste-se às homenagens pelas mãos entrelaçadas dovassaloao seusenhor, ao desenvolvimento da ajuda vassálica que se precisa nos textos (fidelidade, apoio e aconselhamento militar ...). Finalmente, o lucro torna-se o feudo (feodum) ealódiocada vez mais raro.
5; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">solid; padding: 3px;">nify"> eca deValladolid, Espanha.one; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O objectivo destes senhores não é obter a independência política total do conde, mas sim garantir os direitos de comando sólidos sobre o campesinato. Então, em torno de 1030 no condado daProvença, nós os vemos obrigar os homens-livres a entrar na sua dependência em troca de uma propriedade ou compensação monetária.[71]
Uma característica da era feudal é a proliferação do que os textos chamam de "mais usos" (maus costumes). Sob o reinado deCarlos, o Calvo, o Édito de Pitres, em 864, faz já referência aos costumes, deixando a acreditar que haveria uma continuidade jurídica entre a era carolíngia e o ano mil. Como regra geral, a documentação não permite avaliar a parte dos vários tipos de rendimentos, direitos fundiários, os mansi ou as parcelas, e sobre os homens. Estas utilizações são consideradas prejudiciais e novos para as comunidades agrícolas, mas alguns casos mostram o contrário.[72]Quais são esses costumes?
Desde a era carolíngia, o camponês vive num manso (ou tenura, uma casa pequena e um pequeno campo) que ele explora em troca de uma taxa (o censo ou o camparto que ele paga ao seu senhor) e decorveias(isto é, explorando a reserva em conta do senhor). O senhor usa a justiça pública, aVicaria(do conde ou do rei), porque ele não tem esta competência. Este sistema é o senhorio da terra.
A partir dos anos 1020-1030, ocorre em paralelo ao senhorio da terra, um novo estatuto jurídico. O camponês paga sempre a sua taxa (censo ou camparto) ao seu senhor de terras, mas um outro senhor (o senhor ajuda os seus milites) agarra-se mais ou menos violentamente da justiça pública que ele considera de sua conta. Ele dirige portanto a vicaria e impõe aos camponeses do senhorio a sua lei de banimento: a comunidade deve agora submeter-se legalmente a este usurpador e pagar-lhe taxas para o uso do moinho, do forno, do lagar, as faixas (as banalidades ) ... Para alguns historiadores (D. Duby, P. Bonnassie), os Senhores restauraram a igualdade entre os livre e não-livre submetendo-os ao titulo deservo. Para outros (D. Bartolomeu), há uma mudança de nome nos textos, mas a condição permanece a mesmao desde os tempos carolíngios (isto é, uma espécie de "homenagem servil" ao invés de uma condição de escravo). Este sistema é o senhorio banal[73].
Os conflitos locais chamados "feudais" visam a perceção dos costumes de um senhorio particular, este que representa uma participação financeira considerável. Todos os senhorios constituem assim a mola do castelo. No entanto, não devemos imaginar um espaço centralizado em torno do castelo, é um território flutuante ao sabor de guerras particulares. Nenhum edifício está perfeitamente associado ao senhorio, pelo menos até 1050[74]. Às vezes, no emaranhado de senhorios, o senhor é amobos senhor da terra e senhor de banimento. Incapaz de controlar tudo a partir de sua pessoa, o senhor então delega em seus vassalos, os cavaleiros, o direito particular (a vicaria em tal senhoria, o censo do outro ...)[75].
ize: 14px; font-family: sans-serif; width: auto; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; float: left; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: left; margin: 0.5em 1.4em 0.8em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">e="text-decoration: none; background: none transparent scroll repeat 0% 0%; color: #0b0080;" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Institution_de_la_Paix_de_Dieu,_St_Pierre_de_Roda.gif">gn: left; line-height: 1.4em; padding: 3px;">-converted-space"> Livre de Macabeus,Biblia de Saint-Pierre-de-Roda, fim do século X inicio do século XI.v>orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A paz de Deus é um "movimento conciliar de iniciativa Episcopal" que aparece durante a segunda metade do século X no sul da Gália e continua nas décadas seguintes em algumas regiões do norte (1010-1030). Durante muito tempo, a historiografia avançou o contexto de uma "falha das estruturas carolíngias e de violência" durante um período que Georges Duby chamou de "Primeira Idade Feudal" ou "mutação feudal".[76]Hoje, o retrato da paz de Deus é mais subtil: os prelados teriam podido projetar uma sociedade religiosa onde as ligações eram horizontais numa época onde precisamente segundo Adalberon de Laon ou Gerard de Cambrai desprezavam osservosdos campos, embora o seu trabalho fosse útil. Em segundo lugar, como podemos considerar tanto um crescimento económico significativo nos séculos X e XI, em curso numa época violenta e anárquica?[77]
Sabemos que os movimentos de paz já existiam na Alta Idade Média. Além dos penitenciários carolíngios preocupavam-se com todos a profanação que representava o homicídio e a violação da Igreja. De acordo com Christian Lauranson-Rosaz, os primeiros sinais da paz de Deus apareceram nas montanhas de Auvergne (958), onde os prelados declararam que "a paz é melhor do que nada." Desde a primeira assembleia que teria sido realizada emAurillac(972) por iniciativa de Étienne II Clermont e dos bispos deCahorsePerigueux. Obrigados pelas armas aqueles que não queriam a jurar a paz.[78]No entanto, todos concordam na data da primeira assembleia da paz de 989 aconteceu emCharroux(Poitou) por iniciativa do Gombaud, arcebispo deBordeaux. Ela foi seguida alguns anos mais tarde pelas de Narbonne (990), dePuy(994) ... Cada vez que, falamos sobre a paz, a lei e o juramento sobre as relíquias que trouxemos para a ocasião. As primeiras assembleias realizaram-se muitas vezes sem a presença dos príncipes, porque estas dizem respeito apenas ás áreas periféricas, fora do seu campo de investigação (emboraGuilherme da Aquitâniapresida a algumas em 1010).[79]
Aos poucos, as assembleias tornam-se "concílios", porque as decisões são registadas em armas elaboradas. A violação do juramento e das sentenças conciliares é passível deanátema. Assim, a paz é mostrada como uma condição necessária para a salvação da alma (discurso de Puy em 994). Os objectivos definidos, durante estas reuniões, dizem respeito principalmente à protecção da propriedade da Igreja contra os leigos (continuidade da reforma carolíngia). Mas a paz de Deus não é antifeudal desde que os direitos sobre os seus servos e vingança privada, pertencente a lei costumeira, são confirmados. Isto, no entanto, é denunciado quais são as influências nocivas causadas pelos guerreiros terceiros desarmados. Às vezes, é alcançado um acordo entre o clérigo e cavaleiro. O monge então perdoa a seu interlocutor que martiriza os servos em troca de uma doação para sua comunidade.[80]Estas assembleias conciliares pedem:
>a protecção dos edifícios religiosos, desde a localização das igrejas: para lutar contra a dominação laica;rotecção dos clérigos desarmados: o porte de armas é proibido para osoratoreselaboratores;arantir o abastecimento do senhorio (percebe-se que as vagas de paz são consistentes com as fomes do século X).[81] #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A paz de Deus,a partir daAquitânia, difunde-se por todo o reino:
o; No ano mil da Paixão do Senhor, [...] em primeiro lugar nas regiões da Aquitânia, os bispos, os abades e outros homens dedicados à santa religião começaram a reunir o povo em assembleias planares, às quais aportam numerosos corpos de santos e inomeravéis relicários repletos de snatas relíquias.» _ Raoul Glaber,Histoires, v. 1048
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Após a Aquitânia, o movimento ganha a corte de Roberto. o Pio que tem a sua primeira assembleia (conhecida) emOrleãesa 25 de Dezembro de 1010 ou 1011. Do pouco que se conhece, parece que foi um fracasso. As fontes não nos deixaram desta reunião mais do que uma cantiga de Fulbert de Chartres:
o; Ó monte de pobres, graças a Deus todos podem Honra-lo com elogios porque submeteu de forma direita este século condenado ao vicio. Ele vem te ajudar, tu que deves suportar uma pesada penitência. Ele oferece o descanso e a paz.» _ Fulbert de Chartres, ''Chant'', v. 1010-1011.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A paz de Deus não é seguramente homogénea, pelo contrário durante muito tempo é um movimento intermitente e localizado: « onde a Igreja que dela necessita e a pode impor, o faz». Uma vez nas mãos de Cluny ( a partir de 1016), o movimento continua a sua progressão pelaBorgonhaonde um concílio ocorre emVerdun-sur-le-Doubs(2021). Sob a presidência de Hugues de Chalon, bispo deAuxerre, deOdilo de Clunye talvez do rei Roberto, a « paz dos Borgonheses » é assinada. Odilo começa então a desempenhar um papel maior. Ele propõe nos primeiros tempos aos cavaleiros borgonheses uma diminuição da faida (guerra privada) e a protecção cavaleiros que farão a Quaresma. Mais tarde a partir de 1020, ele instaura uma nova paz clunisiana em Auvergne através dos senhores dos seus relacionamentos. A segunda vaga de paz, cada vez mais impregnada pelos monges, conhece o seu pa com a iniciação da trégua de Deus (concílio de Toulouges, 1027).[82]Contudo, os bispos do Norte, tais comoAdalberão de Laone Gérard de Cambrai não são favoráveis à instauração dos movimentos de paz na sua diocese. Porquê? No Nordeste do reino, a tradição carolíngia é ainda muito forte e ela avança que só o rei é o avaliador da justiça e da paz. Por outro lado, os bispos estão muitas vezes à frente de condados poderosos e não têm necessidade de assegurar a sua autoridade pela paz de Deus, contrariamente aos seus co-irmãos meridionais. Os prelados consideram também que a participação popular no movimento apresenta o risco de demonstrar um carácter mais ostentatório das relíquias, o que é contrario à vontade divina. Por outro lado, Gérard de Cambrai aceita finalmente prometer (e não jurar) a paz de Deus na sua diocese.[83]
Existe verdadeiramente um contexto de fraqueza real? A sociedade feudal do século XI não tem pra fzer de polícia mais nada sem ser a paz de Deus? Por um lado, a justiça e a paz da Aquitânia estão sob a responsabilidade exclusiva do duque Guilherme e nestas regiões onde o rei não reina mais do que em título, os clérigos meramente mencionam os seus anos de reinado na parte inferior da cartas[84]. Por seu lado, o rei Roberto multiplica as assembleias: após a de Orleães, ele organiza uma emCompiègne(1023), depois emCarignan(1023) e por fim emHéry(1024). Existe muita violência na época do rei Roberto mas certos historiadores insistem sobre a percepção dos limites desta violência e na existência de formas de paz. O que querem os duques e os bispos é sobretudo que estas negociações se desenrolem sob a sua tutela. Por outro lado a faida, da qual se queixam as numeras cartas que descrevem a sua época, é uma necessidade social na sociedade: encontrar vingadores garante a segurança desta ou daquela senhoria. Em breve, a paz de Deus não é um grupo de movimento popular para mudar o mundo mas uma paz para ajudar a manter o mundo. Bem que eles crêem nas cóleras de Deus, no entanto possuem meios para tentar sempre negociar a situação e entenderem-se com os cavaleiros.[85]
O movimento prossegue uma ultima vez na parte meridional até 1033 onde desaparece. Na realidade, a Igreja pensa que a repressão e o degaste da guerra privada serão mais eficazes se exércitos de camponeses forem lançados contra os castelos. Certos senhores utilizam de vez em quando a paz de Deus como meio de pressão contra os adversários: entre 1030-1031, conta André de Fleury, o arcebispo Aymon de Bourges constitui e enquadra uma milícia de paz anti-castelã cujo objetivo é a destruição da fortaleza do visconde Eudes de Déols. Portanto em 1038, os camponeses são derrotados definitivamente pelos homens de armas do visconde: é o fim da paz de Deus.[86]
t: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: left; margin: 0.5em 1.4em 0.8em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">a; border: #c8ccd1 1px solid; padding: 3px;"> 1.4em; padding: 3px;">nterdependentes uns dos outros. Segundo Adalbéron de Laon :orantes (os que rezam),pugnantes(os que combatem) elaborantes( os que trabalham).tyle="font-size: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">No fim da sua vida (80 anos), o bispoAdalberão de Laon, que é muitas vezes conhecido pelas suas traições, direcciona ao rei Roberto um poema (Carmen ad Rotbertum regem)de 433 versos, escrito entre 1027 e 1030[87]. Este é realmente um diálogo entre o religioso e o rei, embora Adalberão monopolize o discurso. O último pinta um retrato da sociedade de seu tempo, ele denuncia através dos seus versos a "reviravolta" da ordem do reino ", cujos monges de Cluny foram em grande parte responsáveis " e cujo principal usurpador não é outro se não o abade Odilão de Cluny.[88]
o; As leis definham e toda a paz desapareceu. Os Costumes dos homens mudam como altera a ordem [da sociedade]. »_ Adalbéron de Laon, ''Poème au roi Robert'', v. 1027-1030.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Este texto enfatiza o discurso moralizador do clérigo, cujo papel é o de descrever a ordem ideal da sociedade. Assim, a aparente desordem da sociedade e as suas consequências (movimentos de paz) perturba os prelados do norte da França de tradição carolíngia. O padrão de três ordens ou "tripartite" foi desenvolvido a partir do século IX, antes de serem incluídos nos anos de 1020 por Adalberão e Gerard de Cambrai, dois bispos de mesmo parentesco. Por que motivos? Trata-se de restaurar a ordem na sociedade e de lembrar a todos o papel que ocupam nesta.[89]O Bispo de Laon resume o seu pensamento numa famosa frase:
o; Triplex ego Dei domus est quae creditur una. Nunc orant, alii pugnant, aliique laborant(Acredita-se que a casa de Deus é uma, mas é tríplice. Na Terra, alguns rezam, outros lutam e outros ainda trabalham). » _ Adalberão de Laon, ''Poème au roi Robert'', v. 1027-1030.[90]
s: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">em 0px;">« Desde o início, a humanidade está dividida em três: os orantes, os agricultores, os combatentes e todos os três são aquecidos à direita e à esquerda pelos outros outros. » _ Gérard de Cambrai, ''Actes du synode d’Arras'' (?), 1025[91] normal; margin: 0.3em 0px 0px 1.6em; list-style-image: url('data:image/svg+xml,%3C%3Fxml%20version%3D%221.0%22%20encoding%3D%22UTF-8%22%3F%3E%0A%3Csvg%20xmlns%3D%22http%3A%2F%2Fwww.w3.org%2F2000%2Fsvg%22%20version%3D%221.1%22%20width%3D%225%22%20height%3D%2213%22%3E%0A%3Ccircle%20cx%3D%222.5%22%20cy%3D%229.5%22%20r%3D%222.5%22%20fill%3D%22%2300528c%22%2F%3E%0A%3C%2Fsvg%3E%0A'); orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px; padding: 0px;">ottom: 0.1em;">Os que rezam: para o autor, a toda sociedade constitui um só corpo a partir do qual a Igreja surge única e integral. Só no século IX, os monges e os seculares fazem parte de duas categorias distintas (sacerdotesetorantes).A esta regra, relembra Adalberão, consiste em dizer a missa e orar pelos pecados dos outros homens.[92]Em nenhum momento, os clérigos devem julgar ou conduzir os homens, isso é da responsabilidade do rei! O seu testemunho sublinha a profunda doença que existe no século XI entre o episcopado e os mosteiros, em particular os abades de Cluny que ele vê com horror já que eles pensam que são « reis » diz ele.m consciência da sua filiação às linhagens principescas e reais pelo aparecimento de sobrenomes de família, a emergência de histórias genealógicas e de desenvolvimento do titulo demiles(cavaleiro) nas fontes do século XI. Todos descendem diretamente dos reis carolíngios e não são como há muito tempo acreditavamos « homens novos ». Adalberão não gosta desta nova categoria de pessoas que se mostra arrogante e usurpadora. Nem ao menos, os guerreiros protegiam as igrejas nem os homens do povo, grandes e pequenos. Neste texto, a noção de « liberdade »está muito próxima da da aristocracia, osdomini(senhores), aptos ao comando, distinguem-se dos submissos.[93]vestuário. O facto da servidão continuar a ser a condição do camponês continua muito enraizada nas classes dirigentes do ano mil. Talvez para designar o camponês. Adalberão só utiliza o termoservus .Por outro lado, ele engloba na condição servil também aqueles que « trabalham a terra, tratam dos animais (...) peneiram o trigo, cozinham perto do caldeirão gorduroso ». Em suma, o mundo camponês é povoado por indivíduos submissos e « sujos com a imundice do mundo ». Esta imagem perjurativa das categorias populares é um facto nas elites eclesiásticas.[94]t-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Esta mensagem do velho Adalberão é não obstante mais complexa do que parece. É necessário, primeiro, notarmos que a proteção dos camponeses é um falso problema. Esta proteção não é na realidade os senhores que os impedem de se armarem para melhor os dominar? Este esquema tripatido funciona, unicamente, no contexto « nacional », contra um inimigo exterior. Quanto às guerras privadas, que são correntes no século XI, os bellatorescombatem por seu interesse próprio e não defendem particularmente os seus camponeses. Pior, eles os expõem aos seus adversários que terão o prazer de os pilhar num desejo de vingança cavalheiresco.[95]Indo mais longe do que Georges Duby, deve finalmente ser enfatizado que o modelo tripartido proposto por Adalberão é um dos muitos modelos possíveis: bipartido (clérigos e leigos), quadripartido (clérigos, monges, guerreiros e servos). Não deve ser pensado não sem uma certa hierarquia de ordens. Os contemporâneos estão conscientes de que cada um precisa do outro para sobreviver.
o; Estas três ordens são indispensáveis umas às outras, a actividade de uma delas permite que as duas outras possam viver. » _ Adalbéron de Laon, ;Poème au roi Robert, v. 1027-1030[96]
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Na realidade, os camponeses deviam receber uma proteção, apesar de insuficiente, dos guerreiros e a remissão a Deus dos clérigos. Os guerreiros deviam a sua subsistência e o seu imposto aos camponeses e a sua remissão a Deus aos clérigos.Por os clérigos devem a sua alimentação aos camponeses e a sua proteção aos guerreiros.[97]
e: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O reinado de Hugo Capeto foi o do episcopado, o de Roberto vai ser de outra forma. Desde o Conselho de Verzy (991-992), que os Capetos estão no centro de uma crise político-religiosa que coloca de um lado, perto do poder, o bispo Arnulfo II de Orleães e do outro o AbadeAbão de Fleury.[99]
Nestes tempos conturbados (século X-XI ), testemunhasse o renascimento doMonasticismo, que se caracteriza pelo desejo de reformar a Igreja, um retorno à tradição beneditina, fugazmente revivida no tempo deLuís, o PiedosoporBento de Aniane. O seu papel é o de reparar "os pecados do povo." Os monges rapidamente são muito bem sucedidos: os reis e os condes aproximam-se deles e ricamente os dotam em terra (muitas vezes confiscadas aos inimigos), em objetos de todos os tipos, os grandes abades são chamados para purificar certos lugares: assimGuilherme de Volpianoé chamado porRicardo II da NormandiaaFécamp(1001). Sob a orientação deCluny, os mosteiros procuram cada vez mais se libertar da supervisão episcopal, especialmente Fleury-sur-Loire. Assim os abades vão aRomaentre 996 e 998 reivindicar privilégios de isenção ao Papa. Nas regiões meridionais do reino, Cluny e as outras instituições, os movimentos de paz são difundidos com a ajuda de alguns clérigos que esperam um fortalecimento do seu poder:Odilo de Cluny, apoiado pelos parentes, trabalha em estreita colaboração com o bispo dePuypara começar a trégua de Deus emAuvergne(c. 1030). No entanto, nas províncias setentrionais, Cluny não tem boas referências. Aqui os bispos são os cabeças dos condados poderosos e a intervenção de Cluny poderia prejudicá-los.Adalberão de Laone Gerard de Cambrai não apreciados pels monges que os consideram impostores. Além da parte dos bispos, as críticas contra os monges abundam: assim são acusados de possuírem uma vida opulenta, de ter atividades sexuais contra a natureza e de vestirem roupas de luxo (o exemplo do abade Mainard deSaint-Maur-des-Fossésé detalhado). Do lado regular, os exemplos abundam contra os bispos: diz-se que os prelados são muito ricos (tráfego de objetos sagrados, simonia) e dominam como verdadeiros senhores da guerra. Abbo, o líder do movimento de reforma monástica, mostra o exemplo pela tentativa de ir pacificar e purificar o mosteiro deLa Reole, onde vai encontrar a morte numa briga em 1004.[100]
A força de Fleury e Cluny é o seu centro intelectual respetivo: o primeiro mantém desde o século XI mais de 600 manuscritos de todas as origens, o próprio abade Abbo escreveu muitos tratados, fruto de viagens distantes, incluindo Inglaterra, nos quais reflecte, por exemplo, sobre o papel do príncipe ideal; o segundo através de Raoul Glaber é um lugar onde se escreve História. Os reis Hugo e Roberto, exortados pelas duas partes (Episcopal e monástica ) recebem uma denúncia de Abbo denunciando as ações de um leigo, Arnulf senhor de Yèvres, que teria levantado uma torre sem permissão real e sobretudo tinha submetido pela força as comunidades camponesas que pertencem à Abadia de Fleury. Arnulf de Orleans, o tio de Arnold de Yèvres diz ao rei que seu sobrinho precisa de apoio para lutar contraOdão I de Blois. Finalmente uma negociação ocorre sob a presidência de Roberto e um diploma datado de 994 em Paris coloca um fim temporário à querela.[101][102]Abo é então acusado de "corrupto" e apela a uma assembleia real. Ele escreve uma carta para o evento que se autodenominaLivroapologética contra o bispo Arnulfo de Orleães que ele dirige ao Rei Roberto, que lhe responde favoravelmente. O episcopado carolíngio tradicional, de seguida, sente-se abandonado pela realeza e ameaçado pelos monges. Esta situação vai piorar com a morte de Hugo Capeto no outono de 996[103]. Roberto está agora mais tentado pela cultura monástica que por um poder pontifical e episcopal, que ainda permanece em grande parte servo do Sacro Imperador Romano. Em paralelo com estas lutas entre facções, também sabemos que os bispos e abades se encontram ao lado dos condes para assegurar o cumprimento das suas imunidades legais.
iv class="thumb tright">d; padding: 3px;">y"> iv> orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Com a morte do Rei Roberto, os cânones de Saint-Aignan pedem a um monge de Fleury tendo coasteado o rei e com acesso à biblioteca da abadia Ligerienne, para compor a biografia do segundo Capetiano.
o; O muito bom e piedoso Roberto, rei dos francos, filho de Hugo, cuja piedade e bondade foram ouvidos por todo o mundo, com todo o seu poder amado enriquecido e honrado este santo [Aignan] por cuja permissão nós queriamos escrever a vida deste grande rei. » — Helgaud de Fleury, Epitoma vitae regis Roberti pii, v. 1033
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Na sua biografia, Helgaud tenta demonstrar a santidade deste rei desde que ele não entende relacionar os fatos relativos às funções guerreiras. Este trabalho parece inspirado pela vida de Gerald de Aurillac, um outro santo laico recontada por Odilo de Cluny. A vida de Roberto é uma série deexempla, destinada a mostrar que o comportamento do rei era a de um príncipe humilde que possuía todas as qualidades: bondade, caridade, acessível a todos, perdoando todos. Este hagiografia é diferente da ideologia real tradicional, porque o rei parece seguir os passos de Cristo. O pecado permite aos reis reconhecerem-se como meros mortais e assim assegurar as bases sólidas para a nova dinastia.[104]
A abadia de Fleury, desde o reinado de Hugo Capeto, ocupava-se em legitimar profundamente a monarquia Capetiana através da criação de uma nova ideologia real. Segundo Helgaud, Roberto tem, desde a sua coroação,particeps Dei regni(participa no reino de Deus). Na verdade, o jovem Robertiano recebeu em 987 a unção de óleo tanto material como espiritual, "ansioso para preencher o seu poder e a sua vontade do dom da bênção sagrada." Todos os clérigos que possuem o trabalho, alegam o respeito da pessoa real: para Helgaud, Roberto ocupa o lugar de Deus na terra (princeps Dei), Fulbert de Chartres nomea-o "Santo Padre" ou " Sua Santidade ", para Ademar de Chabannes é o" pai dos pobres "e, finalmente, de acordo com Adalberon Laon, ele recebeu a verdadeira sabedoria de Deus dando-lhe o acesso ao conhecimento do universo celeste e imutável " .[105]Outro grande estudioso de seu tempo, Raoul Glaber relata a entrevista d’Ivois (agosto de 1023) entreHenrique IIe Roberto II o Piedoso. Eles esforçaram-se para definir em conjunto os princípios de uma paz comum para toda a cristandade. De acordo com os teóricos do século XI Robert estava ao nível do imperador porque por sua mãe de ascendência romana, é oFrancorum imperator.[106]
O Segredo de seu sucesso perto dos monges, os primeiros capetianos (em primeiro lugar Roberto II) é considerado como tendo realizado muitas fundações religiosas.Hugo, o GrandeeHugo Capetono seu tempo tinham fundado o mosteiro de Saint-Magloire, na margem direita, em Paris. A RainhaAdelaide, a mãe do Rei Roberto, considerada muito piedosa, ordenou a construção do mosteiro St. Frambourg emSenlise especialmente a dedicada a Santa Maria emArgenteuil. A propósito o comentário aqui de Helgaud Fleury:
o; Ela [a rainha Adelaide] também construiu no Parisis, num local chamado Argenteuil, um mosteiro onde ela reuniu um número considerável de servos do Senhor, vivendo de acordo com a Regra de São Bento. » — Helgaud de Fleury, Epitoma vitae regis Roberti pii, v. 1033
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O segundo Capetiano está na vanguarda da defesa dos santos que, segundo ele, garantem a eficácia da graça divina e "assim contribuir para a purificação da sociedade fazendo frente ás forças do mal." Assim, várias criptas foram construídas ou renovadas para a ocasião: St. Cassian emAutun, St. Mary emMelun, St. Rieul de Senlis emSaint-Germain l'Auxerrois. O soberano vai mais longe, oferecendo algumas peças de relíquias a certos monges (um fragmento do paramento de Saint Denis a Helgaud de Fleury). Sabemos também que por volta de 1015-1018, a pedido da rainha Constança, Roberto comandou a construção de um santuário para Saint Savinien para as relíquias do altar da igreja da abadia de Saint-Pierre-le-Vif perto deSens. Segundo a lenda, St. Savinien teria protegido o casal real quando Roberto estava ausente em Roma com Berta antes de a deixar permanentemente. O comando é dado a um dos melhores monge- ourives do reino, Odorannus. No total, o objeto sagrado é composto por 900 gramas de ouro e 5 kg prata. No total, o inventário é impressionante: durante o seu reinado o Rei ofereceu uma quantidade de argamassas, paramentos, panos, vasos, cálices, cruzes, incensários ... Uma desses presentes que marca o mais contemporâneo é, provavelmente, os chamados evangelhos de Gaignieres, realizados por Nivardus, artista Lombardo, por conta da Abadia de Fleury (início do século XI).[107]
px; font-family: sans-serif; width: auto; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; float: right; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">xt-decoration: none; background: none transparent scroll repeat 0% 0%; color: #0b0080;" href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:ApocalypseStSeverFol137vRainFireBlood.jpg">ver, vers 1060, Bibliothèque nationale, Paris.ight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A definição da realeza no tempo de Roberto, o Piedoso é difícil de avaliar hoje em dia. O rei tem uma precedência sobre os príncipes do reino dos Francos. Alguns como Odão II de Blois (em 1023), embora o respeito esteja em ordem, deram a entender que pretendiam governar o que quisessem, sem o seu consentimento. Um principe respeita o rei, mas ele não se sente seu subordinado. No entanto, em paralelo o soberano tende a emergir comoprimus inter pares, o primeiro dos príncipes. Além disso, o texto datado a partir da primeira parte do século XI, em grande parte evocar lealdade ao rei por parte dos príncipes.[62]
Num dia, em 1027, uma "chuva de sangue" cai no ducado da Aquitânia. O fenómeno preocupa suficientemente os contemporâneos para que Guillaume d’Aquitaine o explique como um sinal divino. O Duque decide enviar mensageiros ao encontro do rei Roberto para que este pergunte aos melhores estudiosos de sua corte uma explicação e aconselhamento. Gauzlin, Abade de Fleury e Arcebispo de Bourges e Fulbert de Chartres tomam conta do caso. Gauzlin respondeu que "o sangue sempre anuncia uma calamidade que adviria sobre a Igreja e o povo, mas que depois virá a misericórdia divina. "Quanto a Fulbert, melhor documentado, analisa os antigoshistoriae(livros que relatam eventos passados):
o; Eu encontrei Tito Lívio, Valério, Orósio e outros dedicados a este evento; nas circunstâncias contentei-me em produzir o testemunho de Gregório, bispo de Tours, por causa de sua autoridade religiosa.» — Fulbert de Chartres, Lettre au roi Robert, 1027
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Fulbert conclui através de Gregório de Tours (Histoire des Francs, VII), que apenas os fornicadores e os ímpios " morrem por toda a eternidade em seu sangue, se não se emendarem." Amigo do Bispo Fulbert, Guilherme da Aquitânia podia dirigir-se diretamente a ele. Agora ciente de que o Rei Roberto é o eleito no Senhor, é a ele, responsável por todo o reino, que ele pede conselhos. Ele está melhor colocado para conhecer os mistérios do mundo e da vontade de Deus. No século XI, até mesmo os homens mais poderosos respeitam a ordem estabelecida por Deus, isto é, recolher-se perto do seu senhor o rei.[108]A história dos poderes mágicos reais foi tratado por Marc Bloch em ReisThaumaturges(1924). Durante início da Idade Média, o poder de fazer milagres era estritamente reservado a Deus, aos santos e às relíquias. No período merovíngio, temos a menção do piedosoGontrão de Borgonha, mencionado por Gregório de Tours (século VI) e considerado o primeiro rei franco curador. Durante o reinado de Henrique I, em meados do século XI, começasse a contar em Saint-Benoit-sur-Loire que o Rei Roberto tinha o dom de curar as feridas de doenças ao tocá-las. Helgaud Fleury escreveu em seuEpitoma vitae regis Roberti pii:
o; (...) este homem de Deus não tinha horror deles [os leprosos] porque ele tinha lido nas escrituras que, muitas vezes, nosso Senhor Jesus tinha recebido hospitalidade sob o disfarce de um leproso. Ele foi até eles, aproximou-se ansiosamente, deu-lhes o dinheiro de sua própria mão, beijou suas mãos com a boca (...). Além disso, o poder divino conferido a este santo homem uma tal graça para a cura do corpo que tocando os doentes o local das suas feridas com a mão piedosa e imprimindo o sinal da cruz, Ele tirou toda a sua dor doença. » — Helgaud de Fleury, Epitoma vitae regis Roberti pii, v. 1033
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Na verdade, o Capetiano foi o primeiro soberano de sua linha a ser creditado com um dom taumatúrgico . Talvez este seja uma compensação simbólica pela fraqueza do poder real? Provavelmente sim, incapaz de impor pela força (episódio Eudes de Blois em 1023), a monarquia tinha de encontrar uma alternativa para impor a sua primazia. No entanto, esta primeira taumaturgia é reconhecida como "generalista", isto é para dizer que o rei não era especializado numa determinada doença, como seria o caso dos seus sucessores com osescrofulos. Não sabemos muito sobre as ações mágicas de Roberto se ele não tivesse curadoleprososno Sul durante a sua viagem de 1018-1020. O rei franco não é o único a utilizar este tipo de prática, o seu contemporâneoEduardo, o Confessorfez o mesmo naInglaterra. Segundo a tradição popular, o sangue do Rei veiculava uma capacidade para realizar milagres, dom que é reforçado pela coroação real. Finalmente, de acordo comJacques Le Goff, nenhum documento demonstra que os reis dos Francos tenham praticado regularmente o toque de escrófula antesSão Luís.[109]
>Um período pleno de crescimento económico[editar|editar código-fonte]cing: 0px; text-transform: none; float: right; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; clear: right; margin: 0.5em 0px 0.8em 1.4em; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">width: 222px; text-align: center; background-color: #f8f9fa; border: #c8ccd1 1px solid; padding: 3px;">loat: right; margin-left: 3px; margin-right: 0px;"> é a base de uma fase de crescimento acelerado a partir do século X que durou até o século XIV. em torno de 1310, 33 × 24,4 centímetros,Bona, Rheinisches Landesmuseum.normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Se no século IX os saques tinham abrandado significativamente a economia, esta está em expansão sustentada a partir do século X. De fato, com a introdução de uma defesa descentralizada, o senhorio banal tem uma resposta bem adaptada aos rápidos ataques sarracenos ou vikings. Torna-se mais rentável para os ladrões instalarem-se num território, receber um tributo pela tranquilidade das populações e do comércio, em vez de fazer a guerra, isto a partir do século X.[110]Os Vikings participam assim plenamente no processo de feudalismo e expansão económica que o acompanha. Eles devem vender o seu saque, e eles cunham a moeda a partir de metais preciosos que foram acumulados da propriedade religiosa saqueada. Este dinheiro, que é reinjetado de volta na economia[111], é um catalisador para a mudança de económica em curso.A massa monetária global aumenta especialmente com o enfraquecimento do poder central pois cada vez mais bispos e príncipes lutam por moeda. Mas a economia de dinheiro em crescimento é um poderoso catalisador: os agricultores podem tirar partido do seu excedente agrícola e são motivados a aumentar a sua capacidade de produção através da utilização de novas técnicas e o aumento de terra arável por meio do desbravamento. A introdução do direito comum contribuiu para este desenvolvimento, porque o produtor deve gerar lucros suficientes para pagar o censo. Os senhores injetam dinheiro na economia, porque um dos principais critérios de pertencer à nobreza em plena estruturação é ter uma conduta grande e cara em relação aos seus homólogos (esta conduta também é necessária para assegurar a lealdade de seus militares).[112]
Na verdade, em algumas áreas, os torrões desempenham um papel pioneiro na conquista agrária sobre osaltus. Em Thiérache é o "limpar da terra voltando à floresta que está ligasda ao primeiro movimento castral." Em Cinglais, área a sul deCaen, castelos primitivos tinham-se estabelecido nas fronteiras de conjuntos florestais.[113]Em todo o caso, a localização Castral fora da aldeia é muito comum.[114]Este fenómeno é parte de um povoamento linear firmemente enraizado e que justapõe uma clareira precoce certamente carolíngia bem anterior ao fenómeno castral. No entanto, cartas do norte da França confirmam uma atividade intensiva de compensação ainda presente até meados de século XII e até mesmo além.
Além disso, o senhorio como o clero tinham bem entendido o interesse em estimular e aproveitar essa expansão da economia: eles promovem o desbravamento e a construção de novas aldeias, e eles investem em equipamentos de aumento da capacidade produtiva (moinhos , prensas, fornos, arados ...), de transporte (pontes, estradas ...). Especialmente desde que estas infra-estruturas permitem aumentar a renda banal, cobrar portagens e novos impostos[115]... Na verdade, o aumento do comércio leva à proliferação de estradas e mercados (a rede que está configurada é imensamente mais densa e ramificada do que a que poderia existir nos tempos antigos).[116]Estas pontes, aldeias e mercados são, portanto, construídos sob a proteção de um senhor que se materializa por um monte castral. O podr castelão filtra trocas de todos os tipos que se amplificam a partir do século XI. Vemos muitoscastralocalizados nas principais estradas, fontes de apoio financeiro considerável para o senhor.
family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">O denário de prata é, como vimos, um dos principais motores do crescimento económico desde o século IX. A fraqueza do poder real levou à cunhagem por muitos bispos, senhores e abadias. Enquanto que com Carlos, o Calvo contavam-se 26 oficinas de cunhagem monetária, com Hugo Capeto e Roberto, o Piedoso não eram mais do que a de Laon.[117]O reinado de Hugo Capeto marca o culminar do feudalismo da moeda. Isto resulta numa diminuição na uniformidade do denário e no surgimento da prática de voltar a redigitar a moeda nos mercados (recorre-se ao peso da peça para determinar o seu valor). Contra isto está uma altura em que o aumento do comércio é suportado pelo aumento de volume de metal descartável. De fato, a expansão para o leste do Império Otoniano permite explorar um novo depósito de dinheiro. A flexibilidade de Roberto, o Piedoso é baixa. Mas as várias práticas de cunhagem, levam a desvalorizações bastante prejudiciais. No entanto, ao apoiar a paz de Deus, Roberto apoia a luta contra estes abusos. Os Clunysences que, como noutras abadias batem a sua moeda, têm todo o interesse em limitar essas práticas.
Portanto, no século X no Sul, os utilizadores devem se comprometer a não aparar ou falsificar moedas e os emitentes comprometem-se a não tomar o pretexto de guerra para perseguir uma mutação monetária.[118]
overflow: hidden; font-size: 14px; font-family: sans-serif; background: #ffffff; white-space: normal; word-spacing: 0px; border-bottom: medium none; text-transform: none; font-weight: bold; color: #000000; padding-bottom: 0px; font-style: normal; padding-top: 0.5em; margin: 0.3em 0px 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; line-height: 1.6; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A administração real[editar|editar código-fonte]"font-size: 14px; font-family: sans-serif; white-space: normal; word-spacing: 0px; text-transform: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">É sabido que desde 992, Roberto tem o poder real face a um Hugo Capeto envelhecido. Os historiadores mostram que os primeiros capetianos começam a abandonar o poder por volta dos 50 anos, pela tradição, mas também porque a expectativa de vida de um soberano é de cerca de 55-60 anos. Roberto fará o mesmo em 1027, Henrique I em 1059 e Filipe I, em 1100.[119]Á imagem de seu pai e na tradição carolíngia deIncmaro de Reims, Robert toma conselho junto dos clérigos, algo que não se fazia mais, para pesar dos clérigos, desde os últimos Carolíngios. Esta política é tomada e teorizada porAbão de Fleury. Na altura em que ele ainda estava associado a Hugo, o rei poderia escrever a pena de Gerbert:
o; Não querendo em nada abusar do poder real, decidimos todos os casos de '' res publica '' recorrendo aos conselhos e sentenças de nossos fiéis. » _ Gerbert d’Aurillac, ''Lettre à l’archevêque de Sens'', v. 987.
px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">A palavra que surge mais frequentemente nas cartas régias é o "bem comum" (res publica), um conceito tirado da Antiguidade romana. O rei é o garante, bem como, o topo do seu cargo mais alto, o bem-estar de seus súbditos.[120]
A administração real é conhecida a partir dos arquivos e, em especial, pelo conteúdo dos atos (diplomas reais). Quanto ao seu pai, ele grava a continuidade com o período anterior e uma pausa. A historiografia realmente mudou as suas opiniões sobre a administração em tempos de Roberto durante quinze anos. Desde a tese de Jean-François Lemarignier pensava-se que o espaço em que os diplomas eram enviados tinha tendência para diminuir durante o século XI: « o declínio observa-se entre 1025-1028 e 1031 para os vários pontos de vista das categorias de diplomas ». Mas este historiador afirmava que, a partir de Hugo Capeto e ainda mais sob Roberto, o Piedoso, as cartas incluem mais subscriçoes (assinaturas) estrangeiras à chancelaria real tradicional; assim os senhores e até mesmo os cavaleiros simples misturavam-se com condes e bispos até então predominantes e tornaram-se mais numerosos que eles no final do reinado. O rei não teria sido suficiente para garantir os seus próprios atos.[121]
Mais recentemente, Olivier Guyotjeannin revelou uma perspectiva diferente sobre a administração do Rei Roberto. A introdução e multiplicação de assinaturas e listas de testemunhas na parte inferior dos atos assinados, segundo ele, em vez de um novo acordo em sistemas de prova. Os atos reais por destinatários e por uma chancelaria reduzida a poucas pessoas consistem em metade deles ainda, um diplomático do tipo carolíngio (monograma, formulários carolíngios) até cerca de 1010. Os preâmbulos mudam um pouco sob o chanceler Baudouin a partir de 1018, mas há sempre a "Augustinianismo político e a ideia do rei patrono da Igreja." Principalmente, observou o historiador, os documentos reais emitidos pela chancelaria de Roberto aberto só muito tarde e muito parcial para assinaturas estrangeiros aos do rei e o chanceler. No entanto, na segunda parte do reinado, existem algumas ações com várias assinaturas: por exemplo, no ato emitido paraFlavigny(1018), há nota deSignumde seis bispos, deHenrique I de França, deOdão II de Blois, conde de Vermandois e algumas adições posteriores. No entanto, parece que os cavaleiros e pequenos condes presentes nas cartas não são os senhores rebeldes da historiografia tradicional, mas sim membros de uma rede local tecidas em torno de mosteiros e bispados detidos pelo rei. Claramente, a transformação de documentos reais do reinado de Roberto não reflete um declínio da realeza.
ss="thumb tright">ding: 3px;">ng: 3px;">n: none; background: none transparent scroll repeat 0% 0%; color: #663366;" title="fr:Abbaye de Saint-Benoît-sur-Loire" href="https://fr.wikipedia.org/wiki/Abbaye_de_Saint-Beno%C3%AEt-sur-Loire">Saint-Benoît-sur-Loire, primeiro terço do século XIorm: none; font-weight: normal; color: #252525; font-style: normal; margin: 0.5em 0px; orphans: 2; widows: 2; letter-spacing: normal; background-color: #ffffff; text-indent: 0px; font-variant-ligatures: normal; font-variant-caps: normal; -webkit-text-stroke-width: 0px;">Desde o final do século X, a formulação da ideologia real é o trabalho do mundo monástico, especialmente no mosteiro altamente dinâmico de Fleury em Saint-Benoît-sur-Loire. Na teoria deAbão de Fleury(c. 993-994), a preocupação do governante do ano mil é de fazer reinar a equidade e a justiça, assegurar a paz e a harmonia no reino. O seu propósito é o de salvaguardar a memória Capetiana durante séculos.[122]Por seu lado, os príncipes territoriais do século XI sabem o que fundou e legitimou o seu poder nos aspectos reais. A presença da autoridade real na Francia continua a ser indispensável aos contemporâneos. No entanto, Abão também enfatiza nos seus escritos a necessidade do governante franco exercer o seu ofício tendo em vista o bem comum, decidindo casos com o consentimento dos conselheiros (bispos e príncipes). Embora, Roberto, o Piedoso não siga sempre, em seu grande erro, esta teoria, especialmente no caso da sucessã;o dos condados deMeauxeTroyes(1021-1024).[123]
Desde o início do reinado de Roberto, o Piedoso, os condados de Meaux e Troyes estavam nas mãos de uma figura poderosa, Etienne de Vermandois, um primo germano do rei. Em 1019, Etienne apela à generosidade do rei, isto é, que ele lhe confirme a restituição de bens à abadia deLagny. O rei aceita mas o conde morreu alguns anos mais tarde, numa data desconhecida entre 1021 e 1023. Facto raro à época, Etienne não tem sucessor nem herdeiro claramente nomeado. O rei encarrega-se de gerir a sucessão que ele cede facilmente a Eudes II de Blois, senhor já estabelecido na região (Epernay,Reims,Vaucouleurs,Commercy) e, especialmente, primo germano de Étienne. Alguns meses mais tarde surja uma crise. O Arcebispo de Rheims Ébalo I de Roucy informou o rei dos maus atos do conde Eudes, que monopoliza todos os poderes em Reims, em detrimento do prelado. Roberto, como um defensor da Igreja, decide, sem o consentimento de qualquer pessoa, retirar o cargo condal a Eudes de Blois. Este último, furioso, exige Reims pela força. Além disso, o rei dos francos não é suportado, a sua justiça é prejudicada. Os seus fieis Fulbert de Chartres e Richard II apoiaram Eudes de Blois argumentando que o rei não devia se comportar como um "tirano". Convocado por Roberto em 1023, o Conde de Blois educadamente informou o seu rei de que ele não se moverá e este último não tem nem os meios de força nem os meios para agarrar o seu património condal, porque essas terras não tinham sido doados pessoalmente por Roberto a Eudes, tendo este último os adquirido de seus ancestrais pela vontade do Senhor.[124]
Saído enfraquecido deste caso, o rei não reitera o mesmo erro. Em 1024, depois de uma reunião de grandes em Compiegne que lhe sugerem o apaziguamento com Eudes de Blois, Roberto deve confirmar as posses de Eudes. Alguns anos depois, em maio de 1027, Dudon, abade de Montierender, queixou-se publicamente da usurpação violenta exercida por Étienne o senhor deJoinville. Este último apreendeu sete igrejas em detrimento do mosteiro das quais ele é advogado. O rei encarrega-se novamente do caso, e aproveitando a coroação de seu segundo filho Henrique no Pentecostes em 1027 em Reims, ele convocou o senhor Etienne. Este último não se move para o evento. A assembleia presente, composta entre outros porÉbalo I de Roucy,Odilo de Cluny, Dudon de Montier-en-Der,Guilherme V da Aquitânia,Odão II de Blois, decide coletivamente lançar o anátema sobre o senhor de Joinville. Em suma, o rei Roberto não é o rei fraco que a historiografia sempre apresentou. Certamente, as suas decisões em matéria de justiça deviam ser sensíveis ao conselho de clérigos e dos governantes regionais, mas o rei continua a ser oInter Primer Pares, ou seja, o primeiro entre iguais.
Wilt u bij het overnemen van gegevens uit deze stamboom alstublieft een verwijzing naar de herkomst opnemen: Bruna Karoline Zwirtes, "antepassados", database, Genealogie Online (https://www.genealogieonline.nl/antepassados/I575.php : benaderd 4 juni 2024), "Robert II (Robert II,) Rei dos francos (972-1031)".
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