(1) Zij is getrouwd met José da Rosa Gomes.
Zij zijn getrouwd op 13 december 1789 te Araçariguama, São Paulo, Brasil, zij was toen 16 jaar oud.
Kind(eren):
(2) Zij is getrouwd met Francisco de Figueiredo.
Zij zijn getrouwd op 5 februari 1825 te Santa Efigênia, São Paulo, São Paulo, Brasil , zij was toen 52 jaar oud.
«b»6-1 Ana Teresa, Cc «/b»o «u»Capitão «b»José da Rosa Gomes«/u»«/b», fal em 1822 em São Roque Teve (C O de São Roque):
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Batismo
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Padrinhos Manoel Pacheco Missel e sua filha solteira Ana Maria
Obito:
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alias Anna Thereza O Peregrino
D. Ana Teresa de Jesus era natural de Parnaíba, e não pude precisar a data em que veio para S. Roque; mas o certo é que seu pai faleceu aqui em 1791. Era filha de Maria do Leme e de José Matias Peregrino, e por este, neta em quinto grau de Antônio Rodrigues Alvarenga, o qual, segundo Pedro Taques, "passou em serviço do rei a ser um dos primeiros povoadores da Vila de S. Vicente", fundada por Martim Afonso de Sousa.
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Ana Teresa contraiu segundas núpcias com Francisco de Figueiredo de Coimbra, português, o qual, pelos escassos dados que obtive, era homem de alguma cultura, mas sem profissão bem definida, servindo como solicitador, agrimensor prático etc.
Com efeito, no cartório do 2º Ofício encontrei uma petição por ele dirigida ao juiz de paz, pedindo que, como caixa de Joaquim da Silva Pontes & Cia., mandasse o juiz notificar os devedores da relação que apresentará para satisfazerem suas respectivas quotas. A petição tem a data de 25 de agosto de 1829, e o juiz de paz era José Vicente Penteado. Em 1830, meu avô paterno, cap. Manuel da Silveira Vieira, requereu ao juiz de paz a demarcação amigável das terras de sua propriedade, denominada Curralinho, com a fazenda confinante chamada Santa Quitéria, pertencente à ordem de S. Bento; e em audiência do juiz de paz as partes escolheram para servir de agrimensor a Francisco de Figueiredo Coimbra - "homem curioso", diziam -, o que significa: agrimensor prático.
Destas modestas funções aparece Coimbra ocupando cargos locais de relevo:
em 1844, juiz municipal; em 45, vereador e membro da Comissão de Instrução Pública; em 1847, delegado. Isto mostra que seu casamento com d. Ana Teresa ter-se-ia realizado pouco antes de 1844. Mas este consórcio teve tão desastrosas consequências - quer pelo mau procedimento do marido, quer pela oposição dos enteados -, que logo em 1848 divorciaram-se os
cônjuges, com as complicações que mostraremos. Como delegado, ele oficia (30 de janeiro de 1847) ao presidente de S. Paulo, que era então Lima e Silva, para denunciar a João Rodrigues da Silva, vacinador, como funcionário desidioso e relapso. O presidente mandou que Rodrigues informasse; e este, em ofício longo e bem redigido, rebate as afirmações de Coimbra e diz ser falsa
a denúncia, tanto que o próprio Coimbra lhe dera atestado elogioso o ano passado, e que, se agora mudou de opinião, foi em consequência de ter ele, Rodrigues, desmascarado Coimbra em uma prestação judicial de contas.
Em 15 de junho desse mesmo ano (1847), Coimbra, em novo ofício ao presidente, diz-se ameaçado e em perigo de vida, pelo que pede ao presidente que lhe mande urgente reforço policial. E relata os fatos: havia se casado nesta vila com uma viúva, cujo mau procedimento moral ignorava - e que os filhos tinham a mesma brutalidade e malvadez.
Entre eles - acrescenta - o que se chama Manuel Francisco da Rosa. Morara em S. João Marcos, e tendo aí feito emboscada ao fazendeiro Joaquim Breves, importante chefe político, foi por este processado e posto na cadeia. Conseguiu fugir e acha-se montado no bairro de Piratuba, não voltando mais a S. João Marcos, onde deixou muitos filhos. Como não pude mais suportar a brutalidade de minha mulher, vi-me obrigado a separar-me e então ela, de combinação com o malvado filho, assentou de assassinar-me.
Descobriu a trama e prendeu três indivíduos implicados no conluio, tendo escapado um que devia ser o depositário do plano.
E quatro dias depois (19 de junho), o juiz municipal, que era então Antônio Joaquim da Rosa (depois barão de Piratininga), oficiava ao presidente da Província, narrando que na véspera fora disparado um tiro contra o delegado Coimbra produzindo ferimento felizmente sem gravidade, e que, indo nessa manhã proceder o auto de corpo de delito, o delegado lhe declarou que o tiro fora disparado pelo indivíduo Joaquim Pires e que ele, Coimbra, atribuía este atentado à sua mulher, d. Ana Teresa, e a seus enteados. E mais, que ontem mesmo foram recolhidos à cadeia os indivíduos Lúcio Cepelos, João Rodrigues da Silva - o vacinador por ele denunciado -, a mulher de Joaquim Pires e um menino de oito ou nove anos.
Não encontrei nos cartórios de São Roque os autos deste ruidoso processo, autos que certamente se acham em Sorocaba, a cuja comarca pertencia então esta vila; e assim não pude apurar qual o desfecho desta rumorosa questão, que devia ter agitado profundamente a pequena sociedade, dada a importância dos personagens nela envolvidos.
O certo é que em seu testamento, feito oito anos depois (agosto de 1855), d. Ana Teresa declarava que "por causas que posteriormente apareceram" tinha-se divorciado do segundo marido, por sentença regular do juízo eclesiástico - que era o competente então para as questões deste gênero -; que fizeram partilha amigável, a que foi confirmada por uma composição entre os seus herdeiros e Coimbra, que havia falecido há pouco.
A sentença do divórcio foi proferida a 4 de maio de 1848 pelo juiz Lourenço Justiniano Ferreira, de São Paulo, e encontrei-a em um livro de assentos do barão de Piratininga, copiada pela letra deste. Nela, o juiz declara que "concede à autora d. Ana Thereza o divórcio perpétuo quanto ao toro e coabitação do réu", por ter ficado provado que "este quebrou a fé conjugal, vivendo em públicas e ilícitas relações com uma concubina de nome Maria Thereza" e que "conserva hoje dita mulher em sua casa como sua barregã".
No conflito acima referido figuram, além de Joaquim Pires, que havia de ser agregado, camarada, ou simples capanga dos Rosa, mais dois nomes de pessoas qualificadas: Lúcio Cepelos e João Rodrigues da Silva. Conheci pouco antes de 1890 uma pessoa com o nome do primeiro, o qual residia em Sorocaba e era casado com d. Mariquinhas, irmã do coronel João Rosa: a identidade de nomes e ligações de família induz a crer que fosse este um dos agressores de Coimbra; mas então devia, quando o conheci, ter mais de 60 anos, e ao que me recordo, não aparentava essa idade.
O outro era muito chegado à família Rosa Gomes, como se vê de uma justificação por ele requerida, e que tive em mãos no cartório do 2º Ofício. Na petição dirigida ao juiz de paz declarava ser português, da cidade do Porto, que vive de seu ofício de carapina e acha-se no Brasil desde 1825. Queria justificar estas qualidades para naturalizar-se brasileiro. Foram ouvidas duas testemunhas:
João Luiz, que declarou ser natural do R. de Janeiro, alfaiate - foi depois sogro do maestro Porfírio, e por falta de serviço se mudara para Campinas, e de lá voltou a estabelecer-se em S. Roque, a chamado do cap. Messias - que conheceu Rodrigues há dois anos em S. João Marcos, e em algumas viagens que para ali fez, soube ser o justificante residente no Brasil há muitos anos.
A segunda testemunha foi Antônio José da Rosa, o filho mais moço de d. Ana Teresa, o qual declarou que sabe ser Rodrigues residente no Brasil há muitos anos por o ter ouvido a seu cunhado Francisco Álvares de Morais, morador de S. João Marcos. O juiz de paz, que era meu avô, major Manuel Antônio dos Santos, proferiu sentença em 20 de fevereiro de 1837, julgando
justificado todo o alegado. Por aqui se vê que João Rodrigues da Silva vivia em contato com os Rosa Gomes, a cuja influência talvez devesse a sua nomeação para vacinador.
Francisco de Figueiredo Coimbra faleceu pouco antes de 1855, como ficou dito, e d. Ana Teresa, quatro anos depois, isto é, em 1859, em seu sítio do Engenho. E o inventário de seus bens, a que logo depois se procedeu, confirma a fama que deixou relativamente a seu tino administrativo, energia
e espírito de economia; pois apesar do desfalque sofrido com a partilha por ocasião do divórcio, o acerto era muito mais avultado que o existente no inventário de Rosa Gomes (1822). Com efeito, constam desse acervo quatro sítios em Piratuba (em vez dos dois anteriores), 20 escravos, joias, o sobrado da esquina da hoje rua Dr. Stevaux, construído por ela, o sítio do Lageado, vasilhame de açúcar, nove alqueires de roça de milho etc.
De seus netos, principalmente do sr. Antônio Claudiano, ouvi, muitas vezes, referências que bem caracterizam os hábitos e a índole da opulenta senhora. Costumava vir do sítio em liteira carregada por escravos; era de uma parcimônia que tocava às raias da avareza e tinha as maneiras decididas,
francas, desabusadas. Habituou-se a chamar os homens de Chibarro; e quando da janela do sobrado via passar no largo da Matriz alguma pessoa com quem precisasse falar, gritava com a sua voz estentórica:
- Ó Chibarro!
Mas, apesar do juízo depreciativo que a seu respeito fazia o seu segundo marido, em momento de irritação e desabafo, foi sempre senhora respeitada, acatada por todos e figura de relevo na sociedade de seu tempo.
in São Roque de Outrora
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