(1) Er ist verheiratet mit Regina Maria Rosenburgo.
Sie haben geheiratet im Jahr 1963, er war 53 Jahre alt.
Kind(er):
(2) Er ist verheiratet mit Maria Luisa Cochrane.
Sie haben geheiratet
Kind(er):
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O ESTADO DE S. PAULO: PÁGINAS DA EDIÇÃO DE 26 DE Março DE 1965 - PAG. 7
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Ele, sua esposa Baby e seus três filhos Wallace, John e Mary Lou viviam envoltos numa aura de realeza que não tem equivalente no Brasil moderno. Apesar disso, Simonsen morreu em Orgevall, um vilarejo próximo a Paris, destituído de quase tudo, inclusive da vontade de viver.
Mário Wallace Simonsen (Santos, 21 de fevereiro de 1909 Orgevall, 24 de março de 1965)1 foi um empresário brasileiro e um dos homens mais influentes e poderosos do Brasil em sua época. Era filho do banqueiro Wallace Simonsen, que foi o fundador e primeiro prefeito da cidade de São Bernardo do Campo, emancipada como município em 1º de janeiro de 1945.3
Era sobrinho do fundador da Fiesp (Federação das industrias do Estado de São Paulo), Roberto Simonsen.2 .
Empresário e empreendedor, tornou-se proprietário de um conglomerado de mais de 30 empresas, investindo o lucro de sua empresa de exportação de café em indústrias e outros empreendimentos, como nas áreas de energia, aviação, televisão e telecomunicações. Foi um grande defensor da indústria nacional e procurou trazer diversas indústrias de alta tecnologia da época para o Brasil.
Simonsen alcançou grande sucesso no período dos anos 1930-1950, quando se tornou um dos maiores empresários do Brasil. Em sociedade com Celso da Rocha Miranda chegou a liderar a formação de um consórcio que nacionalizou a seção brasileira da Pan American Airways e criou a empresa brasileira de capital privado Panair do Brasil. A Panair do Brasil se tornaria a maior empresa auronautica da América Latina e seu conglomerado controlava a Celma, na época a maior e mais importante empresa de manutenção e retífica de motores e turbinas aeronauticas do Hemisfério Sul. Entretanto seus negócios passaram por uma severa crise quando começou o governo da ditadura a partir de 1964. Isto ocorreu porque Simonsen e seu principal sócio, Celso da Rocha Miranda, apoiavam as forças democráticas contrárias ao golpe militar. Simonsen chegou a usar sua influência e sua rede de televisão, a TV Excelsior, para criticar a ditadura e defender o reestabelecimento da Democracia. Naquele período Simonsen era um dos principais apoiadores do Presidente Juscelino Kubitschek, e nos anos 1960 apoiava publicamente a candidatura de Juscelino Kubitschek para as eleições presidenciais previstas para 1965. As eleições de 1965 nunca ocorreram devido ao golpe de 1964 e Simonsen acabou sendo duramente criticado por políticos e jornalistas favoráveis ao regime militar, em uma das maiores campanhas de difamação já promovidas no Brasil. Este processo resultou no fechamento de muitas de suas empresas, começando pelo fechamento da Panair, que teve suas concessões suspensas pelo regime militar em 1965 (SASAKI, 2005; MARTINS, 2004).
A revogação das concessões das linhas aéreas da Panair do Brasil, decretada pelo Marechal Castelo Branco, foi acompanhada da transferência imediata das concessões para a Varig, que era propriedade de um aliado do governo militar, Ruben Berta.
Dentre as consequências, destaca-se o processo de falência da Panair do Brasil, que privou o Brasil de sua maior empresa área e provocou o desemprego de cerca de 5 mil pessoas, na época. Além disso, a Varig passou a ter monopólio dos vôos aéreos internacionais do Brasil, provocando uma concentração do setor de aviação do Brasil.
Outra consequência foi a estatização da Companhia Eletromecânica Celma, subsidiária da Panair do Brasil que fazia a manutenção dos motores aeronáuticos civis e militares no Brasil. Ao todo, cerca de quarenta e três cidades da Amazônia passaram a ficar isoladas, pois nenhuma outra empresa aérea do Brasil operava os hidroaviões Catalina, até então operados pela Panair do Brasil.
Perseguição e campanha de difamação
Perseguido constantemente pelos detentores do governo durante o regime militar pós-1964, por ter apoiado o ex-Presidente João Goulart e ser um importante aliado do Presidente Juscelino Kubitschek. Era também amigo do ex-governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Os aeroportos e a infraestrutura construídos pela Pan Air foram tomados pelo governo militar sem um único centavo de indenização (SASAKI, 2005).
Praticamente todas as suas empresas acabaram sendo tomadas ou fechadas pelo governo militar, sob as mais variadas alegações - com exceção do Banco Noroeste do Estado de São Paulo, que foi passado para seu primo Leo Cochrane e posteriormente absorvido pelo grupo financeiro espanhol Banco Santander.
A TV Excelsior, que havia sido administrada de forma exemplar e cuja programação criativa tinha excelente retorno de audiência e verbas publicitárias, foi economicamente sufocada pela pressão da ditadura militar, que cassou a concessão de sua rede em 1970.
Morte
Simonsen morreu de infarto, em 24 de março de 1965, aos 56 anos, em Orgevall, Paris, um mês após o governo brasileiro impor a falência à Panair. Está enterrado no cemitério de La Batignolle, na zona metropolitana de Paris.
O conglomerado Simonsen
Dentre as empresas do conglomerado de Simonsen, estavam:
Panair do Brasil, que foi na época a maior companhia aérea do Brasil.4
Companhia Eletromecânica CELMA, de manutenção de turbinas e aeronaves.
Comal, maior empresa de processamento de café do Brasil.
Wasim, trading company com escritórios em 65 países era uma das mais importantes exportadoras de café do Brasil.
Rede Excelsior, emissora de TV.
Rebratel, empresa que tornava possível transmissões ao vivo de TV entre Rio e São Paulo com um sistema de micro-ondas.
Sirva-Se, a primeira rede de supermercados surgida no Brasil.
Cerâmica São Caetano
Banco Noroeste
Biscoitos Aymoré
O empresário também tinha participação societária em empresas como:
Editora Melhoramentos, fábrica de papel, editora de livros e artes gráficas; de propriedade da família Weisflog.
A Nação, um jornal da cidade de São Paulo.4
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Regina Rosenburgo
Atriz
Nascimento: 1939, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Falecimento: 11 de julho de 1973, Paris, França
Cônjuge: Gérard Lecléry (de 1968 a 1973), Mário Wallace Simonsen (de 1963 a 1966)
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1-1 = RAYMUNDO TEIXEIRA BELFORT ROXO, nascido a 11-09-1838 em São Luiz do Maranhão e falecido a 17-11-1896 '96 formou-se engenheiro pela Escola Central (estabelecimento subordinado ao Ministério da Guerra e do qual se desvinculou em 1874, tranformando-se na Escola Politécnica); aperfeiçoou-se em Paris, na École des Portes et Chaseur do Ministério de Obras Públicas e em Londres, onde foi admitido no Instituto de Engenheiros Civis; pertenceu ao conselho Superior de Salubridade Pública e ocupou o cargo de Inspetor Geral das Obras Públicas no Rio.
Aí a 27-09-1876 casou com Maria Faustina Accioli Brito, nascida em 1855 em Laranjeiras-RJ e falecida a 29-03-1891, também, no Rio, filha do Desembargador Luiz Barbosa Accioli de Brito e Cândida Carolina Madureira. Deixou dois filhos (?) :
2-1 = HENRIQUE DE BRITTO BELFORD ROXO, médico pela Faculdade de Medicina eFarmácia do Rio de Janeiro em 1900, onde foi Professor Catedrático de Psiquiatria: nascido a 04-07-1878 no Rio e aí falecido a 17-02-1969, onde a 08-11-1902 casou com Digeme de Paiva Araújo nascida a 26-07-1886 em Porto Alegre e falecida a 04-02-1975 no Rio, filha do General Pedro de Castro Araújo e Delfina de Paiva.Tiveram 5 filhos,
3-1 = CARMEM DE ARAÚJO BELFORT ROXO, nascida a 01-05-1905 no Rio onde a 12-05-1923 casou com Mario Simonsen. Tiveram, entre outros:
Ela teve três filhos: Wanda, Carmen e Mário Henrique
4-1 = MÁRIO HENRIQUE SIMONSEN,
Mario Simonsen, falecido em 22/02/1972, pai de Wanda Simonsen Monteiro, sogro de Carlos Ivan da Silva Leal
http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_08&pagfis=28402&url=http://memoria.bn.br/docreader#
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Leilão do Ar
Esse foi o título da primeira crônica de Carlos Drummond de Andrade, publicada no Jornal do Brasil em 2 de outubro de 1969. Em seu texto, Drummond revela sua perplexidade diante de um fato triste e obscuro. O governo de Castelo Branco tira dos ares os aviões da empresa que era o símbolo da aviação nacional e faz um leilão com suas quinquilharias - ops... quinquilharias não, porque a Panair tinha um padrão e era esse: talheres de prata, copos de cristal, porcelanas Limonge, tudo para sustentar o glamour que pairava sobre a atividade naquela época. Mas porquê tal assalto?
A resposta não ficou bem clara ainda hoje, e a história que estava engasgada na garganta dos ex-funcionário, ou melhor, da "Família Panair", é contada pelos órfãos da empresa no documentário Panair do Brasil, de Marco Altberg - vale a pena assistir! O filme mostra a força da memória de uma gente que sofreu uma das piores formas de coersão: a jurídica e apresenta (para quem não conhecia a história, como eu) mais um capítulo podre da nossa ditadura. A belíssima letra da canção Conversando no Bar de Milton Nascimento e Fernando Brant, interpretada, claro, pela maravilhosa Elis Regina, é uma resposta para quem pensava que era possível calar, ainda mais quando o que se queria era gritar. O título, a primeira vista nada sugere, mas o que vem com ele é de uma riqueza que só os grandes artistas alcançam.
FEITOS & DESFEITAS >
Leilão do ar
Por Carlos Drummond de Andrade em 03/07/2012 na edição 701
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Nos últimos tempos, vem acontecendo leilões de navios e leilões de ilhas, não sei se de montanhas. O leiloeiro, diante de um público restrito, mas de alto poder econômico (não há por aí gente em condições de arrematar uma ilha ou um navio inteiro), faz se exatamente como se se tratasse de um aparelho de chá ou de um lote de miudezas. Só que é estranho ver uma ilha leiloada, com suas águas, plantas, bichos, minerais, caminhos, casas e outras benfeotirias. Quem dá mais? Dou-lhe uma, dou-lhe duas De repente, ao entardecer, a ilha aparece no salão escuro, cercada de dívida; emerge da papelada do espólio, ocupa a rua, caminhamos por ela através dos lances do leilão, de gritos martelados.
Com o navio sucede a mesma coisa. É um velho barco desmoralizado, mas como viajou! Se tardar um pouco o leilão, êle se reduzirá a sucata. Vai afundando mas tudo que foi susto ou alegria de navegação vem a tona, e a sala se enche de gíria da marujada, cabeludas histórias de bordo, ventos, tempestades, tatuagens, o diabo sôlto no mar.Mesmo em ruínas, que nobre é o navio, inclusive os cargueiros!
Agora o leilão é outro: banal na aparência: pequenos objetos, bôlsa de viagem, cristais, saboneteiras, latas, xícaras, taças de sorvete, poltronas. Muitas poltronas. Muitas poltronas, em que os presentes podem sentar-se, testando-lhes a comodidade. No entanto, êste é também um leilão raro, o primeiro no gênero, de que tenho notícia no país: o de uma empresa de aviação. Na loja da Avenida Graça Aranha, expõem-se os tristes trastes da panair do Brasil. Coisas que escaparam de acidentes aéreos, para vir sofrer o desastre em terra, com o esfacelamento da companhia, que serviu a tanta gente por tantos anos.
Eu não ia arrematar nada, mas incorporei-me à multidão de licitantes. Pareceu-me ver um grande avião caído. Com os destroços varejados pelos curiosos. Uns calculavam com frieza o valor dos lotes. Outros olhavam, desinteressados. Algum raro pegava de uma peça. Apalpava-a, mirava-a longamente. Tôdas as poltronas estavam ocupadas. Pelo que dizia um cartaz, elas se adaptavam perfeitamente a um Volks, e serviam para compor um living: estão em moda as poltronas geminadas. Eram tôdas de avião, e só elas davam a ilusão de viagem. Mas a viagem era imóvel, paralítica. Não havia aeromoça para trazer o lanche e gratificar os passageiros com aquele sorriso circular que infunde coragem aos apavorados. Nenhum sinal de tripulação. Não se apertavam cintos, ninguém sentia nada. As coisas amontoadas, etiquetadas, vencidas, falavam do ar, mas num pretérito mais-que-perfeito, e ninguém as ouvia. Objetos acostumados a voar estendiam-se pelo chão, dou-lhe uma; aguardavam um destino de hotel barato ou de casa pequena burguesa, dou-lhe duas. De tapêtes voadores, as poltronas passavam a uma domesticidade sedentária e pobre: dou-lhe três.
Assim acabava aquilo que foi uma grande empresa nacional, cujo nome sonoro retinia por tôda parte. Os aviões já tinham passado a outros donos; as instalações serviam a outros fins; chegara a vez das poltronas e dos açucareiros, das latas de comida, copos e cobertores, da bugiganga que antes, integrada na máquina voadora, participava de suas propriedades mágicas, pois o avião continua a ser mágico, à medida que a viagem aérea se torna cada vez mais rotineira. E ninguém ali sentia nada de especial diante do corpo derrotado na Panair, de seus intestinos à mostra. Quase todos teriam usado suas linhas, comido seus jantares, lido seus jornais brasileiros em Paris, mas a hora era de liquidação, e não de saudades. E o leilão ficava mais lúgubre, quem dá mais? em meio à indiferença geral, que é marca registrada de leilões. Dou-lhe três.
Em dado momento, senti que uma das miniaturas de avião, que iam ser igualmente apregoadas, manifestava sinais de inquietação. Positivamente, queria evadir-se, fugindo à sorte comum. Num esforço de que não revelarei a fórmula, encolhi-me todo para caber dentro do aparelho e, em silêncio, como fazem os aviões decaídos de sua glória, êle rompeu as paredes do edifício, e alçou vôo sobre o Rio de Janeiro levando-me consigo para onde os aviões se tornam estrêlas inacabáveis, sem remorso dos homens.
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[Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), poeta]
http://observatoriodaimprensa.com.br/feitos-desfeitas/ed701-leilao-do-ar/
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